Flagrante da vida real

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

O ex-secretário-geral do presidente Lula Gilberto Carvalho entrou esbaforido, no início da noite de ontem, no gabinete do Secretário de Comunicação, Edinho Silva. Eles avaliaram qual a melhor reação diante da divulgação da conversa telefônica entre a presidente Dilma e Lula. Depois, foram ao Alvorada, debater se soltariam uma nota ou se um dos ministros faria uma declaração.

PMDB: ‘Lula não muda nada’
A direção do PMDB estava convencida ontem de que a nomeação de Lula para um ministério não iria melhorar a imagem do governo Dilma junto à sociedade. Nem resolveria a crise do partido com o governo. No seu mais alto escalão, prevalecia a visão de que Lula não dissiparia a crise política: “Não vai mudar nada”. O partido só não sabia avaliar o efeito Lula no Congresso. Acreditam que o grampo telefônico aumenta a pressão pelo impeachment, mas também gera solidariedade. O presidente do Senado, Renan Calheiros, foi um dos que protestaram contra o juiz Sérgio Moro. Delatado por Delcídio Amaral, Renan referiu-se a Moro como sendo um “juiz de exceção”.

Demitidos assessores de Delcídio
O presidente do Senado, Renan Calheiros, mandou demitir Eduardo Marzagão e Diogo Ferreira do gabinete de Delcídio Amaral. O primeiro gravou a conversa com Aloizio Mercadante. O outro foi preso com o ex-petista.

A reação
O presidente do PMDB, Michel Temer, vice de Dilma, vai mandar o caso do deputado Mauro Lopes para a Comissão de Ética. Ele toma posse hoje na Secretaria de Aviação Civil. A convenção do partido, no sábado passado, definiu que nenhum peemedebista deveria assumir um cargo no governo antes de 30 dias, quando haverá nova convenção.

Stress
Senadores do PMDB acusados na delação premiada de Delcídio Amaral comentam nos bastidores que a Lava-Jato é uma operação contra os partidos. Estão convencidos de que o juiz Sérgio Moro vai entrar para a política.

Legitimidade
Um grupo de senadores começou a debater a realização de uma eleição geral. Os eleitores escolheriam um novo presidente e elegeriam um novo Congresso. Avaliam que a Operação Lava-Jato está liquidando com os partidos e com a imagem de líderes governistas e de oposição. A ideia é gerar um clima de limpeza geral.

Porta aberta
Irados com a Operação Lava-Jato, alguns dos investigados afirmam que a corrupção na Petrobras começou com decisão adotada em 1998 pelo ex-presidente Fernando Henrique, liberando a estatal de fazer licitações públicas.

Marcando de cima
O ministro Gilmar Mendes, o senador José Serra e o economista Armínio Fraga almoçaram juntos ontem. Gilmar chegou ao STF defendendo o fim do foro privilegiado em algumas situações. O papo telefônico entre Dilma e Lula já estava no ar.

A PRESIDENTE Dilma procurou, ontem, o ex-presidente José Sarney. Foi até a casa de Sarney pedir alguns conselhos sobre como enfrentar a crise.

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