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Europa diz que não pode haver expulsão indiscriminada de refugiados

União Europeia tenta fazer acordo com Ancara para conter migrantes; comissão diz que acordo com Turquia não pode ter esse tipo de medida

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Ancara - O esperado acordo entre a União Europeia e a Turquia para frear a chegada de migrantes à Europa não implicará a expulsão indiscriminada dos solicitantes de asilo, afirmou ontem a vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, segundo a France Presse.

"Não pode haver devoluções indiscriminadas", enfatizou, em relação ao acordo que está sendo negociado pela UE e Ancara. O acordo diz respeito aos migrantes que chegarem à Grécia ilegalmente a partir do litoral.

O Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos já tinha afirmado anteriormente que as expulsões coletivas previstas no projeto de acordo são ilegais.

A Turquia abriga em seu solo 2,7 milhões de sírios que fugiram da guerra civil em seu país e se tornou o principal ponto de partida dos migrantes com destino à Europa..

Acordo polêmico
Depois dos 850.000 do ano passado, mais de 130.000 pessoas chegaram à Grécia a partir da Turquia durante o ano, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

As negociações sobre os princípios gerais para gerenciar a grande quantidade de migrantes que têm chegado à Europa avançaram na semana passada.

Na semana passada, de acordo com as agências internacionais de notícia, a Turquia se comprometeu a readmitir todos os migrantes, incluindo os sírios, que entraram clandestinamente à Grécia a partir de sua costa, com a condição de que a UE conceda asilo a um sírio por cada pessoa desta mesma nacionalidade que receba de volta em seu território.

Ancara exigiu, em contrapartida, um aumento da ajuda prometida por Bruxelas, de 3 a 6 bilhões de euros, a supressão até 30 de junho dos vistos de entrada no espaço Schengen exigidos aos seus cidadãos e a aceleração de seu processo de adesão à UE.

Os dirigentes europeus deram como prazo até a cúpula de 17 e 18 de março para finalizar seu acordo.

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