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Nova ação contra Lula provoca reação de ministro

Após juíza de São Paulo encaminhar ação para Sérgio Moro, Jaques Wagner acusou o juiz da Lava Jato de traçar plano para criminalizar a política

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Jaques Wagner partiu pra cima de Sérgio Moro após reunião com Dilma
Jaques Wagner partiu pra cima de Sérgio Moro após reunião com Dilma (Jaques com Dilma)

BRASÍLIA - O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse ontem, logo após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, que o juiz federal Sergio Moro traçou um plano para "criminalizar a política". Wagner questionou o tempo de duração das investigações e classificou Moro de "rei da festa".

"Houve um plano traçado pelo Moro, ele está quase chegando ao seu objetivo, que é criminalizar a política. Vocês já viram algo tão espetaculoso que durou tanto tempo?”

A declaração de Wagner deu-se horas depois de a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal Central de São Paulo, encaminhar a denúncia contra o ex-presidente Lula proposto pelo Ministério Público de São Paulo para a 13ª Vara Federal de Curitiba.

“Como é público e notório, tramita perante aquela Vara os processos da chamada ‘Operação Lava-Jato’”, que investiga crimes envolvendo empreiteiras acusadas de pagar propina em contratos da Petrobras" (...) O pretendido nestes autos, no que tange às acusações de prática de delitos chamados de ‘lavagem de dinheiro’, é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF, pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vínculo dos delitos por sua estreita relação”, escreveu a juíza.

Jacques Wagner criticou, ainda, as investigações paralelas contra o ex-presidente Lula, que se tornou um troféu para a operação de Curitiba e para o Ministério Público de São Paulo, que chegou a pedir a prisão preventiva do líder petista com uma denúncia contestada por importantes nomes do meio jurídico.

"Criou-se uma tese de que Lula é chefe de uma gangue, então se investigam pessoas, e não crimes. Quer dizer, não é uma coisa clara. Eu acho que tem gente babando sangue querendo provar (que o ex-presidente cometeu crimes) e ele virou o troféu para ver quem pega primeiro”, afirmou o ministro, que pertence ao núcleo duro do governo e também é próximo do ex-presidente.

Ministério Público quer devolução de R$ 7 bi pela Odebrecht

BRASÍLIA - A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua nas investigações da Operação Lava Jato ajuizou, no último sábado (12), ação de improbidade administrativa contra a empreiteira Odebrecht, ex-executivos da empresa e ex-diretores da Petrobras. Na ação, o MPF pede que todos os citados devolvam R$ 7,3 bilhões e fiquem proibidos de contratar com a administração pública.

De acordo com o MPF, há evidências de que a Odebrecht, isoladamente ou por meio consórcios, pagou propina em 12 obras da Petrobras, entre elas a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Do valor total do pedido de indenização, R$ 520,5 milhões referem-se ao valor de propina paga, R$ 1,5 bilhão ao pagamento de multa civil e R$ 5,2 bilhões pelos danos morais coletivos.

Os ex-funcionários da Petrobras citados são Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Celso Araripe Pedro Barusco. Os investigados ligados à Odebrecht são Marcelo Odebrecht, Marcio Faria da Silva, Rogério Araújo, Paulo Sérgio Boghossian e Cesar Rocha.

A Odebrecht, por meio da Odebrecht S/A e a Construtora Norberto Odebrecht S/A, declarou que a empresa foi surpreendida com a ação de improbidade e a considerou inconsistente.

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