BRASÍLIA - O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse ontem, logo após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, que o juiz federal Sergio Moro traçou um plano para "criminalizar a política". Wagner questionou o tempo de duração das investigações e classificou Moro de "rei da festa".
"Houve um plano traçado pelo Moro, ele está quase chegando ao seu objetivo, que é criminalizar a política. Vocês já viram algo tão espetaculoso que durou tanto tempo?”
A declaração de Wagner deu-se horas depois de a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal Central de São Paulo, encaminhar a denúncia contra o ex-presidente Lula proposto pelo Ministério Público de São Paulo para a 13ª Vara Federal de Curitiba.
“Como é público e notório, tramita perante aquela Vara os processos da chamada ‘Operação Lava-Jato’”, que investiga crimes envolvendo empreiteiras acusadas de pagar propina em contratos da Petrobras" (...) O pretendido nestes autos, no que tange às acusações de prática de delitos chamados de ‘lavagem de dinheiro’, é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF, pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vínculo dos delitos por sua estreita relação”, escreveu a juíza.
Jacques Wagner criticou, ainda, as investigações paralelas contra o ex-presidente Lula, que se tornou um troféu para a operação de Curitiba e para o Ministério Público de São Paulo, que chegou a pedir a prisão preventiva do líder petista com uma denúncia contestada por importantes nomes do meio jurídico.
"Criou-se uma tese de que Lula é chefe de uma gangue, então se investigam pessoas, e não crimes. Quer dizer, não é uma coisa clara. Eu acho que tem gente babando sangue querendo provar (que o ex-presidente cometeu crimes) e ele virou o troféu para ver quem pega primeiro”, afirmou o ministro, que pertence ao núcleo duro do governo e também é próximo do ex-presidente.
Ministério Público quer devolução de R$ 7 bi pela Odebrecht
BRASÍLIA - A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua nas investigações da Operação Lava Jato ajuizou, no último sábado (12), ação de improbidade administrativa contra a empreiteira Odebrecht, ex-executivos da empresa e ex-diretores da Petrobras. Na ação, o MPF pede que todos os citados devolvam R$ 7,3 bilhões e fiquem proibidos de contratar com a administração pública.
De acordo com o MPF, há evidências de que a Odebrecht, isoladamente ou por meio consórcios, pagou propina em 12 obras da Petrobras, entre elas a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Do valor total do pedido de indenização, R$ 520,5 milhões referem-se ao valor de propina paga, R$ 1,5 bilhão ao pagamento de multa civil e R$ 5,2 bilhões pelos danos morais coletivos.
Os ex-funcionários da Petrobras citados são Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Celso Araripe Pedro Barusco. Os investigados ligados à Odebrecht são Marcelo Odebrecht, Marcio Faria da Silva, Rogério Araújo, Paulo Sérgio Boghossian e Cesar Rocha.
A Odebrecht, por meio da Odebrecht S/A e a Construtora Norberto Odebrecht S/A, declarou que a empresa foi surpreendida com a ação de improbidade e a considerou inconsistente.
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