Acusações

Delação de Delcídio são 400 páginas de delírios, diz Calheiros

Peemedebista repetiu seis vezes em entrevista que as afirmações de Delcídio são "delírios" e que não tem nenhuma preocupação com as acusações

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Presidente do Senado, Renan Calheiros, é alvo da Operação Lava Jato
Presidente do Senado, Renan Calheiros, é alvo da Operação Lava Jato (Renan Calheiros)

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou há pouco que a delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), homologada nesta terça-feira, 15, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) são "400 páginas de delírios". Na chegada a seu gabinete, o peemedebista repetiu seis vezes em entrevista que as afirmações de Delcídio são "delírios" e que não tem nenhuma preocupação com as acusações feitas pelo senador.


Renan sugeriu que a pena do delator deveria ser aumentada caso suas acusações não se confirmem. "Na delação, quando não houver prova, precisa agravar a pena, teria que ser um agravante, e não atenuante", defendeu. Ele não quis responder se Delcídio deveria perder os benefícios da delação por supostamente ter mentido.

Questionado, o presidente do Senado rebateu as menções feitas por Delcídio sobre suspeitas que envolvem pessoas que atuariam para ele, como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que deixou o cargo após revelações da Operação Lava Jato, e o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE). "Isso é um delírio do senador Delcídio que não merece nem resposta", criticou.

Renan repetiu o que sua assessoria de imprensa havia dito em nota distribuída mais cedo em relação a uma eventual intervenção do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para relaxar a prisão decretada pelo Supremo contra Delcídio. "Com relação a mim, ele não falou, não falaria, e a decisão do Senado (de manter a prisão) foi pública, em favor da decisão do Supremo", disse.

Manifestações

Alvo da Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desdenhou há pouco das citações feitas a ele nos protestos do domingo, 13. "Eu não vi, engraçado. Teve um cartaz, mas eu não vi", disse, lacônico, durante entrevista na chegada a seu gabinete.

O peemedebista destacou que a manifestação tem que ser levada em consideração por ter sido expressiva, democrática. Mas disse não ser possível avançar a etapa sobre o impeachment, que tramita no momento na Câmara dos Deputados.

O presidente do Senado tampouco deu detalhes da conversa que teve, na noite desta segunda, 14, com a presidente Dilma Rousseff. Disse apenas que foi uma "conversa conjuntural" e que trataram de questões relativas ao dia a dia.

"Definitivamente não sou nem governista nem oposicionista. Sou presidente do Congresso Nacional e como presidente do Congresso Nacional tenho procurado me pautar por equilíbrio, isenção, responsabilidade. Tenho percebido que a percepção que a sociedade tem com relação ao que deve ser um presidente do Congresso Nacional é exatamente essa", disse.

Lula

Renan afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não o procurou para falar sobre a eventual nomeação dele ao cargo de ministro de Dilma. Mesmo interlocutor da presidente, ele preferiu se abster de opinar - na semana passada, disse que o ex-presidente poderia ajudar o governo com ou sem cargo.

"Eu não tenho absolutamente nenhuma informação com relação à composição do governo. Eu, pelo contrário, fiz questão de não participar desse tipo de conversa, para que o presidente do Congresso Nacional não perdesse a isenção", disse.

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