Emprego em crise

Mais de 2,8 mil empresas fecharam as portas em 2015 em São Luís

Total de firmas que encerraram as atividades no ano passado é nove vezes maior que o registrado em 2015; número de microempresas individuais cresceu em 2015. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomérc

Jock Dean

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

[e-s001]A crise econômica acertou em cheio as empresas maranhenses no ano de 2015 com o fechamento de mais de 8 mil unidades no estado, 34,23% desse total apenas em São Luís. Os da­dos foram divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ma­ranhão (Fecomércio). As informações repassadas também chamam atenção para o aumento de 13,32% no crescimento das Microempresas Individuais (MEI) que cada vez mais estão se tornando alternativa ao desemprego.

Os dados apresentados pela Fecomércio são baseados na ferramenta Empresômetro, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que é um censo das empresas, entidades privadas e públicas em atividade no Brasil, portadoras de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme informações da Receita Federal do Brasil (RFB).

O crescimento do número de empresas que fecharam em São Luís no ano passado foi de 875% em comparação a 2014. Esse valor é maior que o verificado em todo o estado. Em relação a 2014, o ano de 2015 registrou um aumento de 624% no número de empresas que tiveram de fechar as portas. Desse modo, percebe-se que a crise econômica atingiu as empresas maranhenses, que experimentaram um índice sete vezes maior na mortalidade, na comparação anual, avalia a Fecomércio.

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Crescimento
Apesar disso, em 2015, São Luís encerrou o ano com um aumento percentual de 10,35% sobre o número de empresas ativas em relação ao ano anterior e até o fim de fevereiro de 2016 a capital maranhense já apontava para um ligeiro aumento de 1,66% no núme­ro de empresas ativas em relação a todo o ano de 2015. No Maranhão, o total de empresas ativas em 2015 representa um aumento de 10,22% sobre 2014, conforme a Fecomércio.

Um levantamento da Junta Comercial do Maranhão (Jucema) também mostra um resultado positivo, apesar da conjuntura econômica do país. O estado manteve em janeiro de 2016 o ritmo de crescimento de abertura de novas empresas verificado ao longo de 2015. Nos primeiros 30 dias deste ano foram abertas 2.276 empresas, o que representa uma alta de 3,17% em relação a igual período de 2015.

Além de São Luís, as cidades com o maior número de empresas ativas no fim de 2015 foram Imperatriz (24.996), São José de Ribamar (10.550), Timon (6.953), Balsas (6.863), Caxias (6.606), Paço do Lumiar (6.364) e Açailândia (6.248). Do total de empresas ativas no estado em 2015, o comércio representa o maior número, seguido do setor de serviços, in­­dustrial, agronegócio, instituições financeiras e empresas de serviços públicos.

Os números da Jucema mostram que as atividades de alimentação, vestuário, beleza, peças para motocicletas e acessórios e cosméticos estão entre as que mais cresceram nos últimos meses no Maranhão.

[e-s001]Reflexo do desemprego
O aumento expressivo no número de empresas ativas no Maranhão em 2015 quando comparado com 2014 deve-se, principalmente, ao crescimento dos microempreendedores individuais, cujo aumento foi de 13,32%. Para a Fecomércio, esse crescimento é reflexo do mercado de trabalho menos aquecido, o que faz com que as pessoas desempregadas busquem novas alternativas de renda. Atualmente, os microempreendedores individuais representam 65,02% das empresas ativas no Maranhão.

Segundo a Jucema, somente essa modalidade de negócio contabiliza um volume de 1.714 empresas registradas em janeiro deste ano. O número é o maior já verificado desde 2009, quando o trabalhador informal passou a registrar o próprio negócio nessa categoria.

Atualmente, o Maranhão tem 80 mil microempreendedores individuais em atividade.
Somente em janeiro deste ano, 1.995 postos de trabalho foram fechados na capital. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mo­nitora 52 cidades maranhenses. A capital foi a cidade com o pior resultado apurado em janeiro deste ano, somando 61,55% dos postos de trabalho fechados no Maranhão no primeiro mês do ano. A construção civil e o comércio foram os setores que mais fecharam postos de trabalho no primeiro mês deste ano.

Pé no freio no consumo
Para a Fecomércio, o comércio também vive o reflexo da crise eco­nômica. No ano passado, o setor manteve-se dependente das datas comemorativas, que nem chegaram a animar tanto assim a economia local. Para o início de 2016, as famílias maranhenses devem manter o pé no freio com relação ao consumo, em função da deterioração da renda pela inflação e juros mais altos, além dos índices de endividamento, que se mantêm em níveis elevados desde o ano passado.

Com a taxa de desemprego em ritmo de escalada, a Fecomércio prevê que o comércio deve recuperar o fôlego somente a partir de maio, quando recomeçam as da­tas comemorativas com mais importância afetiva, como é o ca­so do Dia das Mães. Ou seja, os qua­tro primeiros meses do ano deverão ser de muita cautela e planeja­mento para o comércio ma­ranhense.

NÚMEROS
89.356 foi o total de empresas ativas em São Luís em 2015
80.973 foi o total de empresas ativas em São Luís em 2014
90.844 era o total de empresas ativas em São Luís até o fim de fevereiro

2.819 empresas foram fechadas em São Luís em 2015
289 empresas foram fechadas em São Luís em 2014

SAIBA MAIS
EMPRESAS

Setores
Do total de empresas ativas no Maranhão em 2015, o comércio representa 152.815 unidades, 114.830 estão ligadas ao setor de serviços, 13.156 são indústrias, 6.134 atuam no agronegócio, 3.584 instituições financeiras e 1.687 empresas de serviços públicos.

Empresa Fácil Maranhão
Desde maio de 2015, está em funcionamento o ‘Empresa Fácil Maranhão’, sistema que facilitou a dinâmica de abertura, alteração e baixa de empresas no Maranhão. A ferramenta faz parte da instalação da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) no Estado. Em São Luís, o serviço é feito exclusivamente pela internet por meio do site: www.empresafacil.ma.gov.br.

Problema nacional
As vendas no comércio despencaram em 2015, segundo os dados divulgados em fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Confederação Nacional do Comércio afirma que é a pior crise dos últimos 15 anos. O aperto foi tão grande que quase 100 mil comerciantes, em todo o país, tomaram uma decisão difícil em 2015: entregaram os pontos. O Brasil perdeu 13% do número de lojas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio. As vendas despencaram ano passado: 4,3%. Foi o pior resultado desde 2001, de acordo com o IBGE e mostram que quase todos os setores estão sentindo a redução no consumo. As lojas de móveis e eletrodomésticos estão entre as que tiveram a maior queda nas vendas. A maioria das compras é feita a crédito e, com os juros altos demais, muitos clientes decidiram não fechar negócio.

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