Inéditos

Jerônimo de Viveiros tem textos inéditos publicados em livro

Pesquisador Luiz de Mello publica livro que reúne escritos do historiador maranhense e têm como tema a história do açúcar e eleições no Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Luiz de Mello fez um estudo da obra de Jerônimo  Viveiros
Luiz de Mello fez um estudo da obra de Jerônimo Viveiros (Luiz de Mello)

O pesquisador Luiz de Mello dará mais uma contribuição para a historiografia maranhense com a publicação de dois textos inéditos do escritor maranhense Jerônimo de Viveiros (1884-1965) intitulados “Escorço da História do açúcar no Maranhão” e “No tempo das eleições a cacetes” e reunidos no livro “Dois estudos históricos”. O pesquisador, que não fará lançamento oficial da obra, diz que os interessados em adquirir a obra poderão fazê-lo na seção de jornais da Biblioteca Pública Bendito Leite, mediante contato telefônico de meio-dia às 17h (ver número no serviço).

Jerônimo José de Viveiros é um dos mais significativos historiadores maranhenses de todos os tempos, autor de obras como “História do Comércio do Maranhão”, em três volumes; “Benedito Leite – um verdadeiro republicano”; “Alcântara em seu passado econômico, social e político”; “História da Instrução Pública do Maranhão” e o “Engenho Central de São Pedro”, todas relevantes para o conhecimento histórico do estado.

No “Escorço da História do açúcar no Maranhão”, Jerônimo de Viveiros aborda a produção açucareira no panorama colonial maranhense, os engenhos nas regiões ribeirinhas, a invasão holandesa, as famílias de sesmeiros e demais elementos constitutivos daqueles tempos da História maranhense.

Quanto a “No tempo das Eleições a Cacetes”, Viveiros esmiúça os periódicos maranhenses do segundo quartel do século XIX para retratar os pormenores das eleições no período regencial brasileiro no Maranhão, principalmente os aspectos das violências praticadas pelos envolvidos na política local de então.

Luiz de Mello conheceu Jerônimo de Viveiros por volta de 1963, quando o visitou diversas vezes e com ele dialogou sobre literatura maranhense. Pesquisador dos mais variados assuntos históricos, em fins da década de 1990 Luiz de Mello localizou dezenas de artigos de Viveiros, intitulados “Quadros da Vida Maranhense”, os quais ainda estão à espera de publicação na Editora do Senado. “E esses artigos já estavam prontos desde 1959”, conforme afirma Josué Montello em crônica publicada no Jornal do Brasil e republicada no Jornal Pequeno, de 4/9/1959”, declara o pesquisador.

No que se refere à “História do açúcar no Maranhão”, Mello primeiramente localizou, no ano 2000, o sexto capítulo, publicado no jornal “Cidade de Pinheiro”, em dezembro de 1958. A partir daí, o pesquisador enfrentou uma série de obstáculos para encontrar a coleção da revista “Brasil Açucareiro” que havia publicado todos os artigos daquela série.

As tentativas duraram mais de 10 anos, até que, em agosto de 2015, após telefonar para a biblioteca do Ministério da Agricultura, indicaram-lhe a biblioteca da USP, e foi dessa biblioteca que Luiz de Mello obteve informações precisas acerca dos acervos da Embrapa, que possuía a coleção da revista. No que tange ao “No tempo das eleições a cacetes” (artigos publicados no O Imparcial, em 1958, o pesquisador já os havia descoberto em 2003, sendo que a digitação dos textos ocorreu em 2008). Aí estão dois estudos históricos que só foram abordados, em se tratando de Maranhão, no século XX, por Jerônimo de Viveiros.

Pesquisador
Luiz de Mello tem mais de 30 anos de experiência como pesquisador dos mais variados assuntos, tanto na área de História, quanto na de Literatura maranhense, e já pesquisou quase todos os jornais de São Luís, especialmente os do século XIX.

Além de muito pesquisar para terceiros, Mello organizou os livros “O Maranhão Histórico”, de José Ribeiro do Amaral, publicado pelo Instituto Geia em 2003; “Páginas de Saudade”, de Crysósthomo de Souza (crônicas) ainda inédito; “Informação sobre a Capitania do Maranhão dada em 1813”, do pernambucano Bernardo José da Gama (Visconde de Goiana), o qual viveu em São Luís de 1808 a 1812. Essa obra, editada em 1872 na capital da Áustria pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen (Barão de Porto Seguro), permaneceu no esquecimento até 2013, quando foi reeditada por Luiz de Mello.

“Faço questão de frisar que a ‘Informação sobre a Capitania do Maranhão dada em 1813’, de Gama e este livro de Jerônimo de Viveiros não tiveram patrocinadores, arqueei com todas as despesas de digitação e impressão”, destaca o pesquisador, garantindo que ainda há outros livros, de autores maranhenses, em fase de organização. “Serão quatro ou cinco livros de contos e crônicas de escritores do século XX. Vou precisar de patrocinadores. Do contrário, essas obras ficarão encalhadas”, ressalta Luiz de Mello.

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