Crise Política

Para CNBB, conflitos políticos comprometem a paz no Brasil

Representantes da Igreja Católica pedem manifestações pacíficas e vêem risco de polarização entre grupos políticos

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
(Religiosos se reúnem pela paz)

Após três dias de encontro, representantes do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convocaram coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10), em Brasília, para divulgar nota em que pedem manifestações pacíficas no país, falam do risco de polarização da sociedade brasileira e da importância do respeito a diferentes pontos de vista para a democracia.

A CNBB avaliou que é inadmissível que partidos “alimentem” a crise econômica do país com a atual crise política e defendeu que o Congresso Nacional e os partidos políticos têm o “dever ético de favorecer e fortificar a governabilidade”. O texto também alerta para o risco de a polarização da sociedade levar a um choque.

“O que nós queremos é que se garanta a ordem constitucional no país. Que os encaminhamentos sejam feitos dentro da legalidade e com respeito à Constituição”, disse o presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha, destacando que a instituição não tem uma posição partidária. “Ao contrário, queremos estar abertos ao diálogo com todas as partes. Insistimos que a busca por soluções seja por meio do diálogo e do respeito, sem recorrer à agressividade e violência, que não condizem com a vida democrática”, disse.

O vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger, disse que para que a paz seja preservada no Brasil, todos precisam colaborar. “É uma realidade que é função do Congresso Nacional cuidar de que o país caminhe bem, com leis justas. Os partidos, independente de estarem no poder ou na oposição, têm uma contribuição importante pela força que representam. E se, de repente, um país como o nosso ficar ingovernável, vai ser difícil falar em paz social.”, afirmou.

Dom Krieger manifestou preocupação com o momento atual que o país enfrenta. “A gente sabe que há momentos em que as pessoas perdem o bom-senso. E a gente está notando que isso pode acontecer de repente”, disse, argumentando que se cada cidadão procurar defender só o seu ponto de vista “de forma tão veemente”, se esquecendo do respeito ao outro e às instituições, eles vão acabar se ferindo mutuamente.

A nota divulgada pelos bispos também defende a apuração rigorosa de suspeitas de corrupção no país. “É preciso apurar até o fim ou não se fará justiça”, disse Dom Sergio da Rocha.

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