Sem ônibus

Rodoviários vão recorrer à Justiça por garantia de salários

Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão afirmam que apenas quatro empresas quitaram os vencimentos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema) recorrerá à Justiça do Trabalho para garantir o pagamento dos salários dos trabalhadores. A decisão foi tomada em assembleia realizada na tarde de ontem, na sede da entidade (Rua Afonso Pena, Centro) após a maior parte das empresas não realizarem, até o fim da tarde de ontem, o pagamento referente aos salários do mês anterior.

Durante o encontro, os rodoviários informaram ainda que apenas quatro empresas (Requinte, São Benedito, Primor e Maranhense) quitaram os vencimentos dos trabalhadores. Caso não haja o repasse dos valores até hoje, 9, os funcionários das empresas com pendências poderão cruzar os braços a partir de amanhã, 10.

Uma reunião para tratar sobre os atrasos na quitação dos salários e o pedido de intervenção do sistema de transporte acontecerá hoje, a partir das 14h, na sede da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT). “Desta forma, tentaremos encontrar uma solução para o sistema que, a cada dia, caminha para o colapso total”, afirmou o presidente do Sttrema, Isaias Castelo Branco.

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O dirigente informou ainda a O Estado que o salário dos rodoviários é pago em duas parcelas. A primeira até o quinto dia útil do mês, quando é pago 60% do valor, e no dia 20, quando é pago os 40% restantes. No entanto, segundo a entidade, desde outubro de 2015 as empresas não estão cumprindo as datas acordadas.

Por causa disso, já houve duas paralisações em fevereiro, nos dias 22 e 23. Acordos entre os sindicatos dos trabalhadores e patronal foram feitos e o serviço foi regularizado, mas a situação voltou a ocorrer neste mês, o que não vem sendo tolerado pelos rodoviários.
“Já estamos entrando com ação contra o SET por causa do descumprimento do acordo coletivo e representação no Ministério Público do Trabalho e no Tribunal Regional do Trabalho por entender que eles estão descumprindo a convenção”, disse o presidente do Sttrema, Isaías Castelo Branco.

Reajuste
Ele lembra que nas várias reuniões com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), na presença da SMTT, os patrões informam apenas que não têm condições de efetuar os pagamentos sem que haja reajuste de tarifas.

No dia subsequente à última paralisação, São Luís amanheceu com ônibus nas ruas e rumores de um aumento de tarifas. A informação ganhou espaço nos debates na internet e provocou reação de muitos usuários, que chegaram a planejar um protesto contra o possível reajuste.

Passadas algumas semanas desde então, o aumento não se concretizou. Mas o presidente do Sttrema reafirma sua preocupação com o assunto. “Estamos evitando a paralisação para que a gente não venha a assumir um ônus que não é nosso. Estão querendo forçar os trabalhadores a parar para um possível reajuste de tarifa. Nós não concordamos com isso, não fazemos parte dessa discussão e não vamos concordar”, declarou Isaías Castelo Branco.

Procurados por O Estado, até o fechamento da edição impressa, nenhum representante da direção do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) foi encontrado para tratar sobre o assunto. A Prefeitura, até o fechamento também não emitiu parecer.

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