Risco

Jardim de infância abandonado pode servir de criadouro de mosquito

Desenvolvimento até a forma adulta pode durar 10 dias; no terreno abandonado, os mosquitos encontram o ambiente favorável para proliferar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Quem passa pela Avenida 203, na Cidade Operária, não sabe os riscos a que está exposto. Isso porque um terreno, que um dia abrigou o Jardim de Infância Chico Bento e hoje está abandonado, serve de ponto para descarte de lixo. Com as chuvas, os resíduos estão acumulando água.

Apesar da ampla campanha de combate ao mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya, a população ainda tem colaborado para a proliferação do Aedes aegypti. Um exemplo disso acontece na Cidade Operária, no principal centro do comércio popular do bairro.

Com o Jardim de Infância Chico Bento desativado há quase 10 anos, comerciantes e moradores da região passaram a descartar lixo no terreno. Toda a área está coberta por mato e parte das grades, quebrada, o que contribui para o hábito de jogar lixo no local. Mas há pontos em que as pessoas descartam o lixo jogando-o por cima do muro, o que demonstra total despreocupação com as consequências disso.

Como se trata de um local fechado, o serviço de coleta não recolhe os resíduos. Com isso, vão se acumulando os mais variados depósitos que podem armazenar água e servir de criadouros para o mosquito. A situação preocupa quem trabalha na região. “A quantidade de mosquitos aumentou muito. A gente tem medo de que um deles seja o da dengue e dessas outras doenças”, disse o feirante Raimundo Nonato Santos.

Risco
De responsabilidade do Governo do Estado, o jardim de infância fica ao lado do Centro de Ensino Justino Pereira. Os estudantes e funcionários podem estar sob o risco de serem vítimas de dengue, zika e chikungunya.

Além disso, há os riscos relacionados à segurança, pois qualquer pessoa tem acesso ao terreno do jardim de infância hoje. Feirantes contam que usuários de drogas costumam abrigar-se no prédio abandonado, o que causa insegurança em quem passa todo o dia na região trabalhando.

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado para obter informações sobre o jardim de infância e, por meio de nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que vem adotando ações preventivas, com os órgãos responsáveis, no sentido de combater focos do mosquito em áreas pertencentes à rede estadual. A Seduc frisou que a atual gestão mantém diálogo com a Prefeitura para o processo de municipalização de algumas unidades e que o caso citado será avaliado.

SAIBA MAIS

No início do século XX, a identificação do Aedes aegypti como transmissor da febre amarela urbana impulsionou a execução de rígidas medidas de controle que levaram, em 1955, à erradicação do mosquito no país. Em 1958, o país foi considerado livre do vetor pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, a erradicação não recobriu a totalidade do continente americano e o vetor permaneceu em áreas como Venezuela, sul dos Estados Unidos, Guianas e Suriname, além de toda a extensão insular que engloba Caribe e Cuba.
A hipótese mais provável para explicar a reintrodução do mosquito no Brasil é a chamada dispersão passiva dos vetores, por meio de deslocamentos humanos marítimos ou terrestres – dinâmica facilitada pela grande resistência do ovo do vetor ao ressecamento. No Brasil, o relaxamento das medidas de controle após a erradicação do A. aegypti permitiu sua reintrodução no país no final da década de 1960. Hoje o mosquito é encontrado em todos os estados brasileiros.

Fonte: Instituto Oswaldo Cruz

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