E depois, o silêncio...

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Quatro dias depois dos atos de vandalismo - alguns com a chancela de auxiliares do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís – contra manifestantes que protestavam na Praça Maria Aragão, é de se estranhar o silêncio das instituições públicas responsáveis por agir nesse tipo de evento.
No ato em que petistas enfurecidos e portando objetos perfurantes destruíram um boneco inflável que fazia sátira ao ex-presidente Lula, atacaram manifestantes e afrontaram, inclusive, policiais militares de serviço no local, houve a prática de vários crimes. Mas ninguém foi preso, ninguém foi autuado e nenhuma investigação foi aberta.
A Polícia Militar deu de ombros às agressões aos membros de sua corporação; o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luís ignoraram a agressividade de auxiliares dos dois poderes presentes ao ato, e o Ministério Público nenhuma manifestação fez em relação ao episódio.
O silêncio das autoridades preocupa, sobretudo, quando se sabe que um novo protesto está marcado para São Luís no próximo domingo, 13. E preocupa também quando líderes petistas e membros do próprio governo saem em defesa dos ataques como se tivessem sido meras respostas.
O clima de tensão política deve continuar no país pelos próximos dois anos - até 2018, pelo menos, quando se darão as próximas eleições gerais. Até lá, é fundamental que o direito à liberdade de expressão seja garantido e não atacado pelas autoridades. Só assim se garantirá a plena liberdade democrática no país, conquistada a duras penas.

Retaliações
Ao revelar que o governador Flávio Dino está tentando expulsar da corporação os policiais militares que revistaram seu irmão, o deputado Edilázio Júnior fez outra revelação.
Segundo o parlamentar, os PMs agredidos durante ato de vandalismo de petistas e secretários de estado, sábado, na Maria Aragão, temeram denunciar ou prender os baderneiros.
- Os policiais temem retaliação do governo se agir contra membros dos partidos do governador. Isso é um estado de exceção - denunciou Edilázio.

Defeso
O deputado Sarney Filho (PV-MA), além de senadores e representantes de entidades pesqueiras do Maranhão e de outros estados se reuniram com o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, para defender a manutenção do período de defeso.
O Congresso havia aprovado no ano passado decreto legislativo que sustava portaria do Ministério da Agricultura que suspendia o defeso.
Na audiência, o deputado esclareceu ao ministro Barroso, que é o relator da ADIN, os motivos pelos quais esteve à frente do movimento que derrubou a portaria.

Emenda pior
O secretário de Esportes, Márcio Jardim, (PT), sentiu o peso da repercussão negativa de sua participação nos atos de vandalismo de petistas na praça Maria Aragão.
Ontem, ele tentou remediar a situação, organizando uma “coincidência” de encontrar um dos policiais militares afrontados durante o ato.
Mas a cena soou tão artificial que a situação de Jardim só piorou nas redes sociais.

Democracia?
O professor Nonato Chocolate, militante ativo do PT, passou o dia de ontem espalhando pelas redes uma mensagem pelo Dia Internacional da Mulher.
No texto, diz que batizaria todas as mulheres com o nome de Democracia em homenagem a elas.
Curioso que Chocolate não lembrou da Democracia ao juntar-se ao grupo que furou e rasgou o Pixuleco, na Praça Maria Aragão, no sábado, 5.

Amargo regresso
O deputado Bira do Pindaré está negociando seu retorno para o PT, por onde pretende disputar a Prefeitura de São Luís.
Ele sabe que não terá espaços no PSB, sobretudo por causa da oposição que lhe fazem o senador Roberto Rocha e o deputado federal José Reinaldo Tavares.
Militante do PT a vida toda, Bira deixou o partido em 2013, abrigando-se no PSB, onde nunca foi recebido como um socialista orgânico.

Décio Sá
Pelo menos um dos acusados pelo assassinato do jornalista Décio Sá já tem júri marcado em São Luís.
Marcos Bruno Silva de Oliveira, apontado como o piloto da moto que deu fuga ao assassino Jonathan de Sousa, enfrentará o conselho de sentença a partir do dia 13 de abril.
Ele senta no banco dos réus exatos 10 dias antes de o crime completar quatro anos.

CPI
O deputado federal Pedro Fernandes (PTB) foi eleito por unanimidade ontem, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Conselho Administrativo de Recursos Federais (Craf).
A CPI investigará a venda de sentenças do órgão, que é a última instância de recursos de quem questiona a cobrança de tributos da Receita Federal.
O deputado Hildo Rocha (PMDB), também maranhense, ficou na primeira vice-presidência do colegiado.

E MAIS

• O deputado César Pires tem convite do PDT e do PEN para se filiar, mas ainda não definiu que rumo seguir após deixar o DEM.

• Para lideranças nacionais do PT, os atos dos próprios petistas, sábado em São Luís, serviram só para gerar mais antipatia em relação ao partido.

• A cúpula do PMDB maranhense ainda não definiu como será a escolha do candidato do partido a prefeito de São Luís.

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