O risco PT nas eleições

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Os mais novos episódios da crise política e institucional que se abate sobre Brasília desde o fim das eleições de 2014 trouxeram um novo ingrediente à disputa eleitoral que se avizinha no país inteiro, com fortes repercussões também no Maranhão. Trata-se do “risco PT”, uma espécie de índice para medir as chances de cada candidato e a popularidade de cada político que se expõe a ele - contra ou a favor de suas lideranças.
Petistas, seus arquiadversários tucanos, seus protoaliados peemedebistas e os membros dos demais partidos que gravitam em torno destes vão usar o índice PT à exaustão nas eleições.
Em São Luís, por exemplo, os petistas navegam daqui-pra-ali-e-de-lá-pra-cá em busca de um candidato que possa ser aceito no palanque. Como moribundos, têm sido rechaçados - aberta ou veladamente - por todos.
Tentaram aliança com Edivaldo Júnior (PDT), mas foram solenemente ignorados. Apesar de declarar-se aliado de Dilma, Edivaldo evita relação com o PT, principalmente em São Luís.
Tentaram também Eliziane Gama (Rede), mas a simples aparição dela com algumas figuras petistas gerou saraivada de críticas que a fez repensar suas relações - até porque Eliziane faz parte da oposição formada também por PSDB, DEM e PPS desde antes de ser deputada.
Mas o PT de Dilma e de Lula, ora expostos no país, tem como principal aliado no Maranhão o governador Flávio Dino (PCdoB). É Dino quem tem dito, desde o início da crise, que a tentativa de cassar Dilma é “um golpe”. Foi Dino quem gritou, sexta-feira, contra a Polícia Federal - a mesma que agiu igualzinho contra seus adversários do Maranhão - que levou Lula para depor.
Dino, Eliziane, Edivaldo. Todos têm o PT à suas portas. Como agirão diante do risco PT em 2016? É uma pergunta que a própria campanha irá responder.

Incoerência
Em sua crítica à ação da Polícia Federal contra Lula, o governador Flávio Dino explicou que a ação policial deve obedecer ao princípio da proporcionalidade.
E afirmou que esse não lhe parecia ser o caso de Lula.
O portal Vermelho, do Partido Comunista, tratou de dar eco às declarações do governador maranhense, mesmo criticadas duramente em redes sociais.

Repercussão
Foi gigantesca a repercussão da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela Polícia Federal.
Tanto que provocou o cancelamento das agendas de trabalho da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Para este fim de semana, estão previstas em todo o país várias manifestações do PT e de partidos da base do Governo em favor do ex-presidente.

Negativo
Repercutiu mal para o governador Flávio Dino (PCdoB) a defesa que ele fez do ex-presidente Lula (PT), na sexta-feira, 4, após a condução do petista para depor na PF, em São Paulo.
Dino condenou a Polícia Federal e classificou como espetáculo a operação de condução coercitiva do ex-presidente.
Nas redes, onde Dino publicou sua manifestação pró-Lula, seguidores do governador mostraram descontentamento com sua postura.

Militância
Seguindo a orientação do governador, o PCdoB do Maranhão também se posicionou na sexta-feira, 4, em apoio ao ex-presidente Lula.
O partido organizou um ato em frente à sede do Sindicato dos Bancários, para onde levou sua militância.
O movimento, segundo os comunistas, “foi em defesa do ex-presidente Lula e abusos cometidos pela Operação Lava Jato”.

Alcaguete
O presidente do PSB no Maranhão, prefeito de Timon Luciano Leitoa, fez sexta-feira uma espécie de delação de uma articulação com seu partido.
Ele revelou que a deputada Eliziane Gama (Rede) já havia até agendado filiação à legenda, por articulação do senador Roberto Rocha.
Mas Leitoa praticamente vetou a entrada de Eliziane, ameaçando-a de revolta da militância caso isso ocorresse em plena campanha.

Tucanos
Em meio ao furacão político que varre Brasília desde sexta-feira, o PSDB rearticula suas bases para a campanha eleitoral em todo o país.
Mas, em São Luís, mesmo diante do cenário favorável, o partido ainda carece de nomes para a disputa, já que rejeita João Castelo e Neto Evangelista não ganha coragem para o projeto.
As principais lideranças tucanas - entre elas o vice-governador Carlos Brandão - passaram o fim de semana com link direto na capital federal, ouvindo coordenadas.

Avanço
O prefeito Edivaldo Júnior (PDT) já conta com sete partidos em sua base de apoio para a reeleição em São Luís.
Sexta-feira ele conseguiu o apoio do PSC, com a presença do seu presidente nacional em São Luís, pastor Everaldo.
Também já fecharam com Edivaldo, além do PCdoB, o PR, o PRP, o PTB, o PRB e o PTC.

E MAIS

• Substituta de Lidiane Leite no comando de Bom Jardim, a prefeita Malrinete Gralhada tem se declarado vítima de chantagem, mas evita denunciar o caso à polícia.

• Aposentado da vida pública, mas ativo na militância política, o ex-presidente da Assembleia Carlos Alberto Milhomem acompanha de perto a crise em Brasília.

• O deputado Bira do Pindaré já garantiu aos aliados que vai mesmo peitar o senador Roberto Rocha para ter o partido em sua campanha a prefeito.

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