Putin

Horas antes do início de cessar-fogo, Putin diz que seguirá ataque contra EI

Trégua está prevista para começar neste sábado às 0h hora de Damasco; cerca de 100 facções rebeldes aceitaram trégua

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Rússia - A algumas horas para a entrada em vigor de um cessar-fogo, a Rússia segue bombardeando as organizações terroristas na Síria nesta sexta-feira (26). Uma trégua está prevista para começar neste sábado às 0h hora de Damasco.

No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu nesta sexta-feira prosseguir com sua luta contra o Estado Islâmico, a Frente Al-Nosra e outras "organizações terroristas" apesar do cessar-fogo, de acordo com a agência France Presse.

"Quero deixar claro mais uma vez que o cessar-fogo não diz respeito aos grupos EI, Frente al Nosra e outras organizações terroristas reconhecidas como tal pelo Conselho de Segurança da ONU", afirmou Putin. "A luta implacável contra eles continuará", acrescentou, durante uma reunião com os serviços de inteligência russos (FSB).

O chefe da Frente Al-Nosra, Mohammad al-Julani, pediu aos rebeldes que rejeitem o acordo de cessar-fogo russo-americano. "Desconfiem desta mentira do Ocidente e da América, porque todo mundo os força a voltar sob o polegar opressivo do regime", afirmou o líder do ramo sírio da Al-Qaeda.

Cessar-fogo
Rússia e EUA acordaram um cessar-fogo na Síria, que foi aprovado tanto pelo governo de Damasco como pela Comissão Suprema para as Negociações (CSN), a principal coalizão opositora, segundo a agência Efe. O governo sírio também declarou que pretende respeitar o cessar-fogo.

Porém, o grupo Estado Islâmico (EI) e a Frente Al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda, que controlam grande parte do território sírio, não participam do acordo.

O Alto Comitê de Negociação (HCN), que reúne os grupos-chave da oposição e da rebelião, anunciou nesta sexta-feira que cerca de 100 facções rebeldes aceitaram respeitar o acordo de cessar-fogo.

A oposição aceita o cessar das hostilidades para que seja respeitada a resolução 2254 da Organização das Nações Unidas (ONU), adotada em dezembro, que inclui a entrega de ajuda humanitária e o acesso às zonas sitiadas.

Desde o início, em 2011, da guerra na Síria, que deixou mais de 260.000 mortos, o governo não faz nenhuma distinção entre os ativistas, rebeldes e jihadistas, e considera que todos são terroristas.

Ataques
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirma em seu site que já foram registrados 26 ataques sobre a província de Reef Dimashq ontem. Um homem, uma mulher e uma criança foram mortos e vários ficaram feridos gravemente. A região de Dahya al-Assad, que é controlada pelo governo sírio, também foi alvo dos ataques, mas não há relatos de feridos.

"É claro, a aviação russa continua sua operação na Síria. Apoia as forças armadas (de Damasco) e mira nas organizações terroristas", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, de acordo com a France Presse.

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