manobra

Senado deve parar processo contra Delcídio

Parlamentar pediu licença médica, o que impede os colegas a prosseguir investigação contra ele

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Delcídio Amaral foi solto semana passada, após três meses preso
Delcídio Amaral foi solto semana passada, após três meses preso (Delcídio Amaral)

Brasília - A licença médica de Delcídio do Amaral (PT-MS) caiu bem para os senadores, que já articulam adiar indefinidamente o julgamento do parlamentar petista no Conselho de Ética do Senado. Sem a presença de Delcídio no Congresso Nacional, que pode adiar a licença quantas vezes achar necessário, seu processo fica parado.

O entendimento é que o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou prender Delcídio e o Senado endossou, autorizando a ordem. Na semana passada, o mesmo Supremo determinou a soltura do senador. Caberia, agora, ao Supremo, e não ao Senado, julgar o parlamentar que foi preso e solto por ordem da Corte.

Enquanto o julgamento não vem, Delcídio seguirá o conselho de alguns senadores: vai adotar o estilo Jader Barbalho quando retornou ao Senado, depois de renunciar ao mandato. A avaliação é que a submersão faz parte da estratégia. O petista vai evitar exposição pública e confronto com quem decidirá o seu futuro

Nesta quarta-feira (24), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nomeia o senador Gladson Cameli (PP-AC) para a Corregedoria. Entre as atribuições do cargo, que estava vago, está opinar nos casos de cassação de mandato e realizar sindicâncias sobre denúncias de ilegalidades envolvendo parlamentares.

Nova manobra adia processo de Cunha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estendeu o quanto pode a sessão em plenário da chamada "ordem do dia" desta quarta-feira (24). O motivo é que, assim que a sessão se encerrasse, o Conselho de Ética se reuniria para discutir o processo que pede a cassação de mandato do peemedebista.

Com a manobra de Cunha, o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), precisou adiar a reunião, que analisaria nesta quarta-feira o parecer do relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que votou pela admissibilidade das investigações contra Cunha por quebra de decoro parlamentar.

O hábito de anunciar as sessões em plenário para às 14h30 e só iniciá-las efetivamente a partir das 17h foi quebrado, inviabilizando o encontro dos membros do Conselho de Ética, que vem ocorrendo antes, quase sempre a partir das 14h. Cunha abriu a sessão por diversas vezes, a partir das 12h30, e afirmou que queria adiantar a votação de algumas Propostas de Emenda à Constituição (PEC).

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