Cadê o troco?

Cai a produção de cédulas e moedas no país

Valor total das cédulas e moedas em circulação no país cresceu apenas 2,1% em 2015, menor expansão desde a criação do Plano Real, em 1994; falta de troco é uma das consequências

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
(moedas)

São Paulo - Dados do Banco Central mostram que o valor total das cédulas e moedas em circulação no país cresceu apenas 2,1% em 2015, menor expansão desde a criação do Plano Real, em 1994. Descontada a inflação, o valor do meio circulante encolheu 8,4%.

É a segunda vez nestes 22 anos que isso ocorre. A outra foi em 2003, quando gastos na produção de dinheiro foram limitados para conter a despesa pública.

O problema deve se repetir neste ano, devido ao corte de 7% no orçamento previsto para a produção de numerário em relação a 2015.

Entre 2014 e 2016, essa despesa deve somar R$ 1,35 bilhão. Somente em 2013 foi de R$ 1,23 bilhão.

No ano passado, o número de notas que saíram de circulação, principalmente as cédulas mais antigas da primeira família do real, superou a produção de dinheiro novo, da segunda família. Com isso, a quantidade de cédulas disponíveis encolheu 1%.

Caiu o número de notas de R$ 5,00, R$ 10,00 e R$ 20,00 em circulação, de 5% a 9%. Por outro lado, houve aumento de 6% no numerário de R$ 100,00, o que explica, por exemplo, por que caixas eletrônicos passaram a entregar mais notas desse valor.

Os números do Banco Central mostram que o aumento na produção se deu, principalmente, na série especial dos Jogos Olímpicos. O número de moedas de R$ 1,00 cresceu 6%, praticamente o dobro do acréscimo na circulação daquelas de menor valor.

De acordo com a autoridade monetária, a disponibilidade hoje é de R$ 29,00 em moedas ou 118 peças por habitante, acima do patamar considerado adequado.

A instituição informou que a produção de numerário tem sido impactada desde 2014 pela redução da despesa pública federal, mas que tem administrado os estoques disponíveis com a finalidade de atender da forma mais equânime possível às demandas.

"Em 2016, como nos anos anteriores, o BC administrará os estoques disponíveis de numerário com a finalidade de atender à demanda do público em âmbito nacional", afirma a instituição.

Pesquisas sobre o uso do numerário pelo comércio, de acordo com o Banco Central, mostram que, na impossibilidade de obtenção de cédulas ou moedas nos bancos, o procedimento mais utilizado é a troca com estabelecimentos próximos.

Outra estratégia é a obtenção de moedas de bancos ou de consumidores que as mantêm fora de circulação, guardadas em casa, segundo o BC.

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