O Estado contra o Aedes

No Centro, índice de infestação pelo Aedes é um dos maiores

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica Municipal, diversos bairros da região central da cidade estão com índice de infestação acima do permitido pelo Ministério da Saúde; o valor não pode ser superior a 1%, mas na capital há bairros com 4,8%

Jock Dean

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

[e-s001]A Superintendência de Vi­gilância Epidemiológica Municipal divulgou dados sobre as áreas de São Luís com maior índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus – que es­tá associado aos casos de microcefalia. A informação é importante e pode ajudar a população a cuidar melhor de suas residências e localidades onde moram, evitando o surgimento de focos e a prolifera­ção do mosquito. O Centro aparece entre as áreas com maior índice de infestação.

O índice de infestação é a presença de larvas do mosquito Aedes aegypti nas moradias e, segundo o Ministério da Saúde (MS), este valor não pode ser superior a 1%, ou seja, de cada 100 moradias, apenas uma pode estar infestada. Em novembro de 2015, foi divulgado o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que serve de base para essa medição, e São Luís foi classificada em situação de alerta, com índice de infestação em 1%.

A metodologia usada pelo ministério permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município, além de revelar quais os principais tipos de criadouros, por região. Em São Luís, armazenamento de água, como tonel e caixa d’água, foi o principal tipo de criadouro identificado. Também aparece depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas e garrafas, além de lixões. Segundo o ministério, os resultados reforçam a necessidade de intensificar imediatamente as ações de prevenção contra a dengue, em especial nas cidades em risco e em alerta.

Áreas mais preocupantes
Um dos extratos – que é a aglomeração de 8.100 a 12 mil imóveis de uma mesma região - que preocupa as autoridades de saúde é o 4, correspondente ao Centro, onde o índice de infestação é 4,3%. Dentre as localidades do extrato 4 que se destacam no índice de infestação estão Monte Castelo e Veneza. No Monte Castelo os moradores estão tomando diversas medidas para manter suas casas livres do Aedes aegypti. Giselda Carvalho lava o quintal todos os dias e redobrou a atenção na coleta do lixo. “Além disso, eu coloco água sanitária no tanque para combater a larva do mosquito e troco diariamente a água dos gatos”, afirmou. As medidas têm dado certo, já que a última vez um dos moradores da casa teve dengue foi há cerca de três anos.

No extrato 3, onde ficam os bairros Retiro Natal, Vila Passos, Lira, Goiabal, Coreia de Baixo, Coreia de Cima, Belira e Areinha, o índice de infestação é 3,8%. Ainda na região central da cidade, o extrato 1, que contém os bairros Centro e Diamante têm índice de infestação de 3,5%. Na Cidade Ope­rária, bairro do extrato 34, o índice é 3,8%. O bairro é vizinho da Cidade Olímpica, no extrato 33, que tem o maior índice de infesta­ção da capital, 4,8%.

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Notificações
No bairro São Francisco, o que preocupa é o total de notificações de casos suspeitos de dengue, febre chikungunya e zika vírus. É o que tem o maior número de casos notificados, segundo a Superintendência de Vigi­lância Epidemiológica Mu­nicipal. De acordo com Ingrid Caroline Assis Araújo, coordenadora de vigilância epidemiológica do Socorrinho do São Francisco, em novembro de 2015 eram notificados cerca de 10 casos de dengue por semana. Em janeiro, o número saltou para 45.

[e-s001]“Esses dados são referentes a apenas uma semana epidemiológica. A nossa contagem começa no domingo e termina no sábado. Além da dengue, notificamos em janeiro, por semana epidemiológica, 20 casos de zika vírus e 10 de chikungunya”, informou.
Ingrid Caroline Assis Araújo explicou que, no caso das notificações de zika vírus e chikungunya, o paciente é isolado e a confirmação se ele está ou não com a doença só ocorre após exame sorológico, que é feito no Instituto Evandro Chagas, em Belém, e leva 60 dias para ficar pronto. Ainda segundo ela, 80% dos pacientes notificados com sintomas dessas doenças são pessoas adultas.

O coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, da Superintendência de Vigilância Epidemiológica Municipal, Pedro Tavares, destacou que o fato de o São Francisco ser o bairro com maior número de notificações não significa, necessariamente, que todos os pacientes tenham sido infectados na localidade. “Nós fazemos o cruzamento do número de notificações com o índice de infestação para melhorarmos nosso trabalho preventivo, mas a população precisa informar, quando procurar um posto de saúde com algum dos sintomas, qual o bairro em que reside, pois precisamos saber onde está ocorrendo a transmissão”, afirmou.

Como efetuar a limpeza dos reservatórios de água

- Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão.
- Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. lEsse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Recomendações de utilização da água sanitária:
- Água sanitária também poder ser utilizada no combate às larvas. Mas é importante lembrar que ela NÃO PODE ser utilizada em recipientes usados para armazenamento de água para consumo humano e de animais. Recomenda-se a utilização de água sanitária pela população nos seguintes criadouros:
- Vasos sanitários que não são de uso diário: adicionar 1 colher de chá (5ml) de água sanitária
- Caixa de descarga sanitária que não é de uso diário: adicionar 2 colheres de sopa (30ml) de água sanitária
- Ralos externos (captam água de chuva e de limpeza) e internos: adicionar 1 colher de sopa (15ml) de água sanitária
- Tambores de armazenamento (200 litros) de água não utilizada para consumo humano: adicionar 2 copos americanos (400ml) de água sanitária
- Bromélias, bambus e plantas que possam acumular água: adicionar 1 colher de café (2ml) para cada litro de água e preencher nos locais onde acumulam água
- O tratamento deve ser repetido semanalmente, preferencialmente em dia fixo, de modo a garantir que a solução continue efetiva no combate às larvas.

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