Doença

Maranhão não está preparado para casos de microcefalia, diz deputado

Wellington do Curso lembrou que desde ano passado já havia cobrado um posicionamento do poder público, mas que não teve seu pedido atendido

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Wellington do Curso usou a tribuna para criticar o poder público
Wellington do Curso usou a tribuna para criticar o poder público (wellington11111501H)

SÃO LUÍS - O deputado estadual Wellington do Curso (PPS) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (16), para afirmar que, apesar dos altos índices de microcefalia, a doença ainda é uma novidade, o que faz com que a família e o Poder Público não saibam como agir ao enfrentar novos casos.

Durante pronunciamento, o parlamentar mencionou a experiência que teve ao visitar duas famílias que têm crianças com microcefalia e destacou, também, relatos de mães que afirmam não encontrar a sensibilidade e o apoio mínimo do Poder Público.

“Recentemente, tive a experiência de conhecer a luta de duas famílias com histórias e situações financeiras diferentes. Apesar de tantas diferenças, as famílias unem-se pelo drama que vivenciam: ambas tiveram uma criança com microcefalia. De um lado, uma criança de quatro meses com microcefalia, filha de pais médicos; do outro, um bebê de apenas seis meses, que divide um pequeno quarto alugado, no bairro Camboa, com seus outros seis irmãos. Eu pude perceber que o sentimento que permeia é a instabilidade quanto ao futuro. Elas dizem não saber o que virá e, tampouco, percebem a sensibilidade e apoio por parte do Poder Público”, relatou o parlamentar.

Despreparo

Wellington lembrou que desde ano passado já havia cobrado um posicionamento do poder público em relação aos casos de microcefalia, mas que não teve seu pedido atendido. “As famílias, as mães e o Poder Público não estão preparados para lidar com tais casos. Exemplo disso é o fato de um desses bebês que citei ter nascido em outubro. Lembro-me que apresentamos, em novembro, uma proposição solicitando medidas eficazes por parte do Estado. Como comentário, houve o posicionamento de que ‘não existia motivo para se preocupar com os casos de microcefalia’. Tal comentário, por si só, revela o despreparo em lidar com os casos”, afirmou.

Diante da situação, o deputado alertou sobre a possibilidade de uma “geração com deficiência”. “Mais uma vez solicito ações efetivas por parte do Estado. Estamos diante da possibilidade de um futuro repleto de crianças com deficiência que, caso o Estado permaneça sem medidas efetivas, serão excluídas socialmente. O Maranhão não está preparado e é preciso admitir isso e, então, apresentar medidas que mudem ou garantam algo”, analisou o deputado.

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