Polêmica

Deputado maranhense é tachado de "lacaio" de Eduardo Cunha

Parlamentar anulou a aprovação do parecer pela continuidade do processo que investiga o presidente da Casa e que pode levar à sua cassação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Waldir Maranhão já foi duramente criticado por tentar proteger Cunha
Waldir Maranhão já foi duramente criticado por tentar proteger Cunha (Waldir Maranhão e Cunha )

BRASÍLIA - O deputado Waldir Maranhão (PP/MA) foi tachado pelo líder do PSOL, Ivan Valente (SP), de "lacaio" do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). O maranhense anulou a aprovação do parecer pela continuidade do processo que investiga o presidente da Casa e que, no limite, pode levar à sua cassação.

"Isso é escárnio, é uma vergonha, é a desmoralização da Câmara dos Deputados. É sem-vergonhice política", protestou o líder do PSOL, Ivan Valente (SP). O parlamentar concluiu que o recurso concedido pelo vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), em favor de Cunha mostra que Maranhão é "lacaio" de Cunha.

O vice-presidente do Conselho de Ética, Sandro Alex (PPS-PR), anunciou que o relatório que pede a continuidade do processo contra Cunha, será lido hoje. Os membros do colegiado foram informados que o presidente da Câmara recorreu ao STF por mais prazos em seu processo por quebra de decoro parlamentar.

Mandado de segurança

O presidente da Câmara protocolou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de ontem, para garantir novos prazos de defesa no processo disciplinar que corre no Conselho de Ética

A defesa de Cunha tenta garantir prazo de dez dias para defesa após a indicação de novo relatório e evitar um aditamento proposto pelo PSOL e pela Rede. Os dois partidos apresentaram um aditamento no processo por quebra de decoro no qual acrescentaram informações da delação premiada do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Depoimento

Em depoimento, Baiano, tido como um operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, disse que frequentou a casa do peemedebista. O advogado Marcelo Nobre, responsável pela defesa de Cunha no Conselho de Ética, alega que o colegiado não pode aceitar o aditamento proposto pelos partidos e, se aceitar, deve garantir novo prazo para defesa.

No mandado de segurança, a defesa de Cunha reforça os argumentos de que há cerceamento de defesa e questiona o trâmite do processo no Conselho de Ética. As informações sobre o mandado de segurança foram confirmadas pela assessoria da defesa de Cunha.

O caso foi distribuído para relatoria do ministro Luís Roberto Barroso no STF. O relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) não será apreciado ainda nesta terça-feira. O parlamentar pede a continuidade do processo disciplinar, mas solicitou mais tempo para analisar o aditamento proposto por PSOL e Rede.

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