Marca Daslu deve virar franquia

Ex-templo de luxo, Daslu tem hoje 7 lojas próprias e passou para a mão de novos investidores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

Brasília

Aproximadamente cinco anos depois de ser vendida pela empresária Eliana Tranchesi ao fundo Laep por R$ 65 milhões, para quitar dívidas e evitar sua falência, a Daslu passa para a mão de novos investidores.

A fatia majoritária (52%) foi comprada por um grupo de investidores liderado pelo empresário baiano Crezo Suerdieck, que se especializou em adquirir empresas de diversos setores em dificuldade e tem outros negócios ligados à mo­da no currículo.

Foi criada uma empresa chamada Moda Brasil para realizar a aquisição. A transação, fechada há algumas semanas, foi anunciada ontem.

Há metas mais módicas para a loja que, em seu apogeu, era chamada de "templo de luxo", com mais de 15 mil m². Ao ápice sucedeu-se um período turbulento, em que sua ex-dona, Eliana Tranchesi, morta em 2012, foi detida sob acusação de fazer parte de um esquema de fraude de importações, em 2005.

A Daslu tem hoje sete lojas próprias em São Paulo, Rio, Pernambuco e Brasília. Algumas delas po­dem ser convertidas em franquia, modelo que deve servir de base para a expansão da marca. Serão unidades de 200 m² a 300 m². A unidade hoje localizada no shopping JK Iguatemi, de 1.600 m² será reduzida para, no máximo, 400 m², segundo Elizeu Lima, presidente da holding investidora.

"O que se vende em 1.600 m² vai ser vendido em 400 m². A empresa está sendo saneada. Já começamos a fazer ajustes de custos", diz Lima.
A loja do shopping Cidade Jardim já teve seu tamanho diminuído recentemente.

Os itens à venda manterão a qualidade dos materiais, de acordo com o presidente, mas está fora dos planos resgatar marcas estrangeiras do porte de Valentino e Prada.

O presidente da holding diz ainda que já viajou ao exterior em busca de marcas estrangeiras para compor o mix das lojas, além das peças com a etiqueta Daslu.
"Ela será um berçário de boas marcas estrangeiras que já operam no varejo lá fora", afirma Lima.

Plataforma
O executivo afirma que o objetivo maior é construir uma "plataforma de moda", ou seja, uma holding voltada para esse segmento. A estratégia já começa com a aquisição de outra marca, a Thelure, da estilista Stella Jacinto, que tem 16 lojas, entre unidades próprias e franquias em pontos como Shopping Higienópolis e JK Iguatemi.

A Thelure tem cerca de 10 anos e foi adquirida pelo passivo, segundo Douglas Carvalho, da Target Advisor, que assessorou a venda de am­bas, Daslu e Thelure.

"O varejo vai passar por uma transformação por causa da crise do setor e vai haver muitas oportunidades como esses dois casos. Grandes grupos vão sofrer muito e isso vai se refletir nas empresas menores. Quem tiver marca forte e estrutura consolidada será alvo de possíveis investidores", diz Carvalho. l

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.