Desilusão

Poço não garante água para o Monte Castelo

Quando foi inaugurado no bairro em outubro de 2015, pelo Governo do Estado, poço parecia ser a ‘salvação’ dos moradores da área, mas nada melhorou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
Poço deveria melhorar abastecimento de água, mas isso não aconteceu
Poço deveria melhorar abastecimento de água, mas isso não aconteceu (Poço)

Em outubro do ano passado, moradores do bairro do Monte Castelo foram beneficiados com um po­ço tubular que melhoraria o abastecimento de água para a localidade. Mas isso não vem acontecendo na prática. Passados quatro meses do início do funcionamento do poço, os moradores da região ainda são penalizados com a precariedade no abastecimento de água para a região. Muitos ainda alegam que, desde o início da operação, o bombeamento de água para as suas residências piorou.

O poço entrou em operação no dia 13 de outubro de 2015. Ele fica localizado ao lado da quadra esportiva do Colégio Barbosa de Godóis, e os moradores viram nele a esperança de dias melhores, pois esperavam que os problemas com o abastecimento de água fossem solucionados. Mas a realidade deles não mudou muito.

Transtornos
De acordo com o relato dos moradores do bairro, os últimos dias têm sido de muitos transtornos. Muitos alegam que passaram todo o período carnavalesco sem o abastecimento de água em suas residências em suas residências e tiveram de recorrer a meios alternativos para ter o líquido nas torneiras de suas casas como os carros-pipas e a compra de garrafões de água.

A estudante Janaína Louzeiros mora na Avenida Newton Belo, no Monte Castelo, e afirmou que logo nos primeiros dias após a inauguração do poço o bombeamento de água para a sua casa dava mostras de que seria regularizado. Contudo, passou-se um tempo e a situação piorou.

Como a água na localidade é distribuída em dias alternados, ontem foi dia de abastecimento na casa da moradora, mas isso não aconteceu. “Sinceramente, eu não sei como será nos próximos dias com essa situação”, disse Janaína Louzeiros. Ela afirmou ainda que, nos dias em que a água surge nas torneiras, não tem pressão suficiente para ser distribuída para todas as torneiras da residência.

A moradora questionou ainda a real utilidade do poço, uma vez que não está trazendo nenhum benefício para a comunidade. “Estou indignada e insatisfeita. Esse poço parece ter sido feito para dar uma satisfação financeira que eu não sei qual é”, desabafou.

Na Rua 1º de Maio, os moradores também são penalizados com a falta de água nas suas residências. A professora Sandra Bastos contou que teve de comprar uma bomba para fazer a sucção do líquido para a sua casa, pois a água não chegava mais às torneiras.

Por causa dessa situação, houve aumento no valor da conta de energia elétrica, pois a bomba passa mui­to tempo ligada à corrente elétrica para puxar a água para a sua casa. “Fizeram um trabalho para melhorar e não está melhorando em nada. Muitas pessoas também compraram bombas para as suas casas”, destacou a professora.

O poço tinha o objetivo de melhorar o abastecimento de água para aproximadamente 10 mil pessoas residentes no bairro Monte Castelo e parte do Apeadouro. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), ele tem 200 metros de profundidade e vazão de 40 mil litros por hora.

Ontem, o Governo do Estado foi procurado em busca de um posicionamento para as reclamações dos moradores sobre os problemas de abastecimento na localidade, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.

SAIBA MAIS

Em São Luís, diversos poços foram perfurados pela Caema para solucionar o problema do abastecimento de água na cidade. Contudo, segundo especialistas, apenas furar poços não resolverá a crise no abastecimento, pelo contrário, acarretará mais problemas, como a salinização dos aquíferos subterrâneos e a diminuição da vazão nas nascentes dos rios.

O professor João Clímaco, em entrevista a O Estado no ano passado, explicou que todo o sistema hídrico brasileiro é interligado. Rios e águas subterrâneas dependem um do outro para seguir seu ciclo, que também inclui as chuvas. "A partir do momento em que um aquífero começa a ser esgotado, outros tipos de água começam a tomar o lugar da que foi retirada. Como São Luís é uma Ilha, a água do mar começa a preencher esses espaços vazios", disse o professor na época.

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