Reincidência

Pela quarta vez, escola é invadida no bairro Divineia

De acordo com moradores da região, fato aconteceu na noite de Quarta-Feira de Cinzas; Semed afirma que tem reforçado parcerias com Polícia Militar e Guarda Civil para combater violência nas proximidades das escolas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

[e-s001]A vulnerabilidade das unidades de ensino de São Luís persiste. Apenas a Unidade de Ensino Básico João de Sousa Guimarães – localizada a poucos metros da Uni­dade de Segurança Comunitária do bairro Divineia - foi invadida pela quarta vez em cinco meses, na noite de Quarta-Feira de Cinzas, dia 10. Outras duas ações aconteceram em outubro e outra em novembro do ano passado.

Segundo os moradores, na no­va invasão foram levados documentos e alguns pertences da escola. O Estado esteve na unidade de ensino, na tarde de ontem, e ve­rificou que apenas alguns funcionários permaneciam no local. Perguntado sobre o episódio, um agente administrativo, que não quis revelar o nome, informou que não estava autorizado pela direção da unidade a dar maiores informações. Ele disse ainda que as atividades no local somente não foram realizadas por “problemas na caixa de energia do prédio”.

Durante a visita de O Estado à unidade, não foi observada a presença de vigilante no local. A dona de casa Jainara Miranda informou que a comunidade não aguenta mais a falta de proteção na unidade de ensino. “Ano passado, fo­ram outras três invasões. Levaram pertences da escola, computadores, microfones e outras coisas, mas, pelo jeito, a bandidagem con­tinua vencendo”, disse.

As constantes invasões na escola, situada na Vila Luizão, motivaram a realização, no dia 27 do mês passado, de uma manifestação em frente ao prédio, que teve a participação de pais e responsáveis dos alunos. À ocasião, a Prefeitura de São Luís, por meio de nota, informou que a unidade “já contava com serviço de vigilância”. De acordo com pais de alunos, durante as invasões à escola no ano passado, não havia se­gurança no local.

Sem efetivo
Apesar de estar localizada a poucos metros da unidade escolar, o comando da Unidade de Segurança Comunitária (USC) da Divineia – e que também abrange o bairro da Vila Luizão – admitiu ontem a O Estado que não havia contingente suficiente para atender às demandas do Carnaval e, ao mesmo tempo, cuidar da esco­la. De acordo com o comandante da USC, major Nicolau Sauaia Júnior, eventos de Carnaval realizados no bairro impossibilitaram a segurança do prédio da USC e, ao mesmo tempo, da escola.

Segundo o responsável pela unidade, na noite em que houve o registro da invasão à escola ha­via à disposição apenas dois policiais militares e quatro viaturas. “Precisávamos zelar pelo prédio da USC e cuidar das festas que aconteciam no bairro. Portanto, não havia como também cuidar da escola, que, me parece, deveria ser de responsabilidade da Pre­feitura e de segurança priva­da”, afirmou.

O comandante também admitiu que a escola está em situação de “vulnerabilidade”. “Há várias possibilidades de entrada e saída na escola, o que dificulta ainda mais nosso trabalho”, disse o major Sauaia. Até o fechamento desta página, ninguém foi preso sob acusação de invasão à escola.

Além da precariedade de segurança, a unidade escolar tem problemas estruturais. Entre os alunos, são comuns as reclamações de falta de aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula e de água nos bebedouros.

Procurada por O Estado, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que está fazen­do ajustes no contrato com a empresa terceirizada responsável pe­lo serviço de vigilância nas escolas e que a U.E.B. João de Souza Guimarães receberá os devidos serviços. A Semed frisou ainda que tem reforçado as parcerias com a Polícia Militar e a Guarda Munici­pal para o combate à violência na área próximo à unidade de ensino.

Já ocorreram pelo menos nove invasões de escolas

Levantamento feito por O Estado mostrou que somente este ano foram registrados – incluindo o caso da unidade na Divineia – no­ve casos de invasões a unidades escolares públicas este ano. Antes desse episódio, o último caso do gênero havia sido registrado no dia 31 do mês passado e ocorreu no Centro de Apoio ao Deficiente Visual e Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação, que funciona na Vila Palmeira (no antigo prédio do Colégio Militar Tiradentes).

[e-s001]​Ainda no dia 31 do mês passa­do, também ocorreu a invasão na Unidade de Educação Básica (UEB) Roseno de Jesus Mendes, na Vila Janaína. De acordo com informações de moradores da área, vândalos invadiram o prédio e, além de incendiar documentos e salas de aula, picharam as instalações com dizeres em referência a grupos criminosos.

Oficialmente, os outros casos de invasão a escolas da rede pública aconteceram na UEB Zulei­de Andrade, no bairro Maracanã; no anexo da escola Alberto Pinheiro, no Centro; na escola Bernardina Espíndola, também no Centro, além de uma escola na Cidade Olímpica; a UEB Marcosine Bertol, no bairro Camboa, e a escola Carlos Cunha, localizada no bairro Jardim São Cristóvão.

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