Ajuda humanitária

70 países anunciam US$ 11 bilhões de ajuda humanitária a sírios

Anúncio foi feito ontem pelo premiê britânico David Cameron ai se reunir com representantes de 70 países; repasse da ajuda acontecerá até 2020 e o Brasil doará US$ 1,3 milhões; a soma, contudo, ficou aquém dos US$ 9 bilhões pedidos pela ONU

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
David Cameron se reuniu com representantes de países em Londres
David Cameron se reuniu com representantes de países em Londres (David Cameron se reuniu com representantes de países em Londres)

Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou ontem que 70 países reunidos em Londres para a conferência de doadores para a Síria e os países da região se comprometeram a repassar US$ 11 bilhões para ajuda humanitária a cidadãos sírios até 2020.

Deste valor, US$ 6 bilhões seriam doados neste ano. A soma, contudo, ficou aquém dos US$ 9 bilhões pedidos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelos países vizinhos da Síria, que acolhem quase 4,5 milhões de refugiados do país, para lidar com a emergência humanitária em 2016

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, anunciou que o país doará US$ 1,3 milhão, por meio do Acnur (Alto Comissariado para os Refugiados da ONU), para "aliviar o sofrimento dos refugiados sírios nos países vizinhos e em outros lugares".

"Os números do conflito na Síria já são bem conhecidos por todos nós –um número de mortos muito grande para ser negligenciado e um drama humanitário que transformou muitos cidadãos sírios em vítimas– para que a comunidade internacional ignore", disse Vieira, que classificou a guerra na Síria e suas consequências como uma "tragédia humanitária de proporções épicas".

O Reino Unido –organizador da conferência junto com a ONU, a Alemanha, a Noruega e o Kuait– se comprometeu a doar 1,2 bilhão de libras (cerca de US$ 1,75 bilhão) até 2020, o que elevaria a contribuição do país a 2,3 bilhões de libras (cerca de US$ 3,36 bilhões) desde 2011.

A Alemanha, que acolheu a maior parcela de refugiados na Europa no último ano – foram mais de 1 milhão em 2015, dos quais 430 mil sírios–, prometeu € 2,3 bilhões (cerca de US$ 2,5 bilhões) até 2018 aos países da região. Destes, € 1,2 bilhão (cerca de US$ 1,3 bilhão) seriam doados neste ano.

Os EUA se comprometeram com US$ 890 millhões. "O valor envolve cerca de US$ 600 milhões em assistência humanitária e US$ 290 milhões em ajuda para o desenvolvimento de países vizinhos", disse o secretário de Estado americano, John Kerry.

Doação do Brasil

O ministro brasileiro também anunciou o envio de 4.500 toneladas de arroz à Síria, no valor estimado de US$ 1,85 milhão. Esta doação em alimentos, contudo, era o que o país já havia anunciado no último ano. Segundo o Itamaraty, ela não pôde ser entregue porque ainda não havia sido encontrado um parceiro para o transporte –operação que é mediada pelo Programa Mundial de Alimentos, da ONU.

Em 2015, o Brasil também havia anunciado a doação de 4.800 toneladas de feijão, no valor estimado de US$ 3,1 milhões. Esta remessa foi entregue, segundo o Itamaraty. Nas conferências anteriores, o governo se comprometeu com doações de US$ 250 mil, em 2013, e US$ 300 mil em 2014, por meio do Acnur e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). O governo afirma ter pago os valores anunciados.

Preferências comerciais

Além das doações, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a União Europeia fará o que puder para facilitar a exportação dos países mais afetados pela crise de refugiados sírios.

"A UE fará o que for possível para melhorar as condições de exportação destes países, o que inclui avaliar preferências comerciais", disse Merkel, em coletiva de imprensa.

Ela falou após os governos da Turquia, da Jordânia e do Líbano –que recebem a maior parte dos quase 4,5 milhões de refugiados sírios na região– concordarem em tomar medidas para oferecer aos refugiados que chegarem acesso a educação e ao mercado de trabalho.

Mais

Rússia continua

bombardeio na Síria

O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu ontem ao seu colega russo, Serguei Lavrov, que a Rússia detenha seus bombardeios na Síria.

Kerry, que participa em Londres de uma conferência internacional para ajudar os refugiados sírios na guerra civil, lembrou a Lavrov que já existe uma resolução do Conselho de Segurança da ONUpedindo um cessar-fogo imediato na Síria para permitir levar ajuda às cidades sitiadas.

Quase 40 mil civis fugiram da ofensiva do regime sírio ao norte da metrópole de Aleppo, que começou no início da semana, relatou nesta quinta o Observatório Sírios dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo o OSDH, esses habitantes fugiram para a cidade curda de Afrine, mais ao norte da zona de combates entre o regime e os rebeldes, bem como para regiões na fronteira com a Turquia.

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