Crime

Mais uma unidade de ensino é alvo de invasão em São Luís

Na escola, são desenvolvidas ações para deficientes visuais e crianças com superdotação; por causa do ataque, aulas foram suspensas e ainda não têm previsão para o reinício; esta é a oitava unidade de ensino invadida este ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
Criminosos danificaram materiais utilizados pelos estudantes durante a invasão, que ocorreu no domingo
Criminosos danificaram materiais utilizados pelos estudantes durante a invasão, que ocorreu no domingo (Escola)

As unidades públicas de en­­sino de São Luís, sejam elas da rede estadual ou municipal, se transforma­ram em alvo preferido de criminosos. A última investida foi contra o Centro de Apoio ao Deficiente Visual e Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação, que funciona na Vila Palmeira (no antigo prédio do Colégio Militar Tiradentes). Por causa da invasão, centenas de alunos foram prejudicados, pois não sabem quando voltarão a receber atendimento. Essa foi a oitava escola invadida este ano, na região metropolitana.

A escola foi invadida no domingo, dia 31 de janeiro, e a ausência de vigilância no local foi um facilitador para a entrada dos vândalos. Na ma­nhã de ontem, O Estado esteve no local e ainda era possível verificar os rastros de destruição deixados pelos criminosos.

Vandalismo
Logo na entrada do prédio, os desconhecidos jogaram no chão diversos livros e cadernos que tiveram as páginas rasgadas, inutilizando os materiais que eram utilizados nas atividades didáticas. Em vários pontos da unidade de ensino, também era possível observar diversos materiais jogados pelo chão.
Situação pior estava dentro das salas de aula. Cadeiras, armários e quadros foram quebrados. Para ter acesso a esses espaços, os criminosos arrombaram as fechaduras das portas, danificando-as.

Ainda dentro das salas, espalhados pelo chão, estavam diversos materiais pedagógicos e de escritório. Ainda não satisfeitos, os vândalos ainda destruíram os trabalhos feitos pelos estudantes, como os quadros com tinta guache e outros materiais recicláveis. Em outra sala, os criminosos foram ainda mais audaciosos e destruíram o forro do tento.

Nas paredes da unidade de ensino, ficaram rabiscos com assinaturas dos responsáveis pelo ato criminoso. Os vândalos escreveram o nome de uma facção criminosa que disputa o controle do tráfico de drogas na Região Metropolitana de São Luís.

Ontem, equipes da Polícia Civil estiveram no local avaliando os estragos para iniciar as investigações que levam aos responsáveis pelo delito. Enquanto isso, a unidade, que desenvolvia uma série de atividades essenciais para o aprendizado de estudantes ficará fechada por tempo indeterminado.

Invasões
Essa foi a oitava invasão registrada este ano em uma unidade escolar em São Luís, situação que tem deixado cada vez mais apreensivos estudantes, professores e outros funcionários dessas unidades. A falta de vigilantes nos prédios facilita a entrada dos criminosos.

No mesmo dia em que aconteceu o delito contra o Centro de Apoio ao Deficiente Visual e Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação, foi registrada também a invasão na Unidade de Educação Bá­sica (UEB) Roseno de Jesus Mendes, na Vila Janaína. Em anos anteriores, essa escola já havia sido invadida por criminosos.

Os outros casos de invasão a escolas da rede pública aconteceram na UEB Zuleide Andrade, no bairro Maracanã; no anexo da escola Alberto Pinheiro, no Centro; na escola Bernardina Espíndola, também no Centro, além de uma escola na Cidade Olímpica; a UEB Marcosine Bertol, no bairro Camboa, e a escola Carlos Cunha, localizada no bairro Jardim São Cristóvão.

Posicionamento
Sobre o ocorrido no prédio onde funciona o Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência Visual e o Núcleo de Altas Habilidades e Superdotação, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que as polícias Militar e Civil estiveram no local e estão investigando o caso. Frisou ainda que está recolocando os materiais didáticos e mobiliários levados na ação dos vândalos.

Quantos às aulas, que retornariam na segunda-feira, a Seduc informou que as atividades foram suspensas temporariamente e devem iniciar assim que todas as providências fo­rem tomadas para garantir o pleno funcionamento das aulas, com adequação do calendário escolar, sem prejuízos aos alunos.

No que diz respeito à segurança, a Seduc informou que está em processo licitatório a contratação de empresa de vigilância patrimonial para complementar o quadro existente nas escolas do Sistema Estadual de Ensino, tendo em vista que o contrato que estava em vigência foi encerrado.

SAIBA MAIS

No local funcionam dois núcleos. Um deles é Centro de Apoio Pedagógico (CAP) ao Deficiente Visual que atende cerca de 80 alunos. O outro é o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação (NAAHS) que atende cerca de 200 alunos. Todos eles são ligados à Supervisão de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

As ações realizadas nesses núcleos eram desenvolvidas no contraturno das atividades escolares rotineiras, ou seja, os estudantes iam para as escolas e depois teriam as atividades complementares em um desses núcleos.

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