Pelo menos sete escolas da rede pública municipal já foram alvo de assaltantes este ano, conforme levantamento feito por O Estado com base em da­dos do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Muni­cipal de São Luís (Sindeducação). O último caso deste tipo de crime aconteceu – de acordo com funcionários do local – na madrugada de domingo (31) na Unidade de Ensino Básico Roseno de Jesus Men­des, na Vila Janaína.

Segundo pais e responsáveis por jovens que estudam na escola, homens ainda não identificados atearam fogo na sala dos professores e destruíram livros e fardas de alunos. Ainda segundo testemunhas, a unidade está sem merenda, que também teria sido roubada, e vigilantes. O Estado esteve na tarde de ontem na UEB, mas não teve acesso à parte interna da escola. “Não tem ninguém da direção no momento”, disse o funcionário da portaria, que não quis informar seu nome.

Do lado de fora, era possível observar pichações nos muros referentes a grupos criminosos da capital maranhense. Em um deles, havia dizeres mencionan­do um dos grupos e enaltecendo a “marcação de território” da escola, após a invasão. Por causa da violência, alguns pais de alunos decidiram retirar seus filhos da unidade. “Decidi isso, pois estou com medo de acontecer algo com meus filhos”, disse a dona de casa Iraci Souza Gomes, mãe de Marie, de 7 anos, e Riquel­me, de 11 anos.

Segundo ela, este não foi o primeiro caso de invasão à unidade escolar. “Não foi a primeira vez que isso aconteceu aqui, na escola onde estão meus filhos. Por medo do que possa acontecer com eles, vou matriculá-los em outro local”, disse. A mãe esteve na tarde de ontem na UEB Roseno de Jesus Mendes para receber o documento de transferência dos filhos. No entanto, o recebimento não foi efetuado, pois não havia nenhum diretor no local. “Vai ser o jeito eu voltar amanhã [hoje]”, disse.

Recesso
A unidade escolar alvo dos invasores, na Vila Janaína, está em período de recesso escolar. De acordo com calendário acadêmico, fixado na entrada do prédio, as atividades escolares serão retomadas no local a partir do dia 22 deste mês.

Procurada por O Estado e por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que está realizando ajustes no contrato com a empresa terceirizada responsável pela vigilância. A pasta informou também que já entrou em contato com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, no sentido de reforçar a parceria para a segurança na área próximo à unidade de ensino.

SAIBA MAIS
OUTROS CASOS

Ainda de acordo com o Sindeducação, os outros casos de invasão a escolas da rede pública aconteceram na UEB Zuleide Andrade, no bairro Maracanã; no anexo da escola Alberto Pinheiro, no Centro; na escola Bernardina Espíndola, também no Centro, além de uma escola na Cidade Olímpica; a UEB Marcosine Bertol, no bairro Camboa, e a escola Carlos Cunha, localizada no bairro Jardim São Cristóvão.

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