Descaso

Funcionários denunciam sucateamento da Blitz Urbana

Segundo os denunciantes, os veículos não saem mais para as ruas, e os fiscais ficam parados na sede; enquanto isso, ações que já haviam sido anunciadas pela Prefeitura ficam sem execução; diretor do órgão nega

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

[e-s001]Funcionários da Blitz Urbana, que temem se identificar, por medo de represálias, denunciam o sucateamento órgão. Segundo eles, os trabalhos estão comprometidos por causa da falta de estrutura para atuar. Os veículos não saem mais para as ruas e os fiscais ficam parados, na sede. Enquanto isso, ações que já haviam sido anunciadas pelo órgão ficam sem execução.

O Estado conversou com alguns fiscais do órgão que preferiram se manter no anonimato e segundo um deles, atualmente apenas quatro viaturas estão em condições de circular. As demais estão paradas por causa de problemas mecânicas e em processo de sucateamento. Outro fiscal informou que desde novembro a órgão não tem abastecido os veículos, para que possam sair da sede, na Avenida dos Franceses, Alemanha, e rodem pela capital.

Por telefone, outro funcionário informou que os veículos que deveriam ser usados nas operações de fiscalização, regulação e uso de espaços na capital ficam parados na sede, e não existe um planejamento em longo prazo para a entidade. Com isso, os trabalhos ficariam comprometidos e há pelo menos 15 dias nenhuma ação foi realizada na cidade.

Parados
Ontem, O Estado esteve na sede do órgão e encontrou diversas viaturas paradas no pátio do órgão. Os veículos estão com pneus furados, calotas danificadas e giroflex quebrados. As viaturas da Blitz Urbana são do tipo pickup e fo­ram adquiridas em 2010. Os problemas apresentados pelos veículos parados na sede do órgão denotam falta de manutenção.

[e-s001]Por causa dos problemas, ações anunciadas pela Blitz Urbana ain­da não foram executadas. Uma delas é a desocupação das praças da Cohab, que estão tomadas por lava-jatos clandestinos, que transformam o espaço público e um ponto comercial irregular. O diretor da Blitz Urbana, Antônio Duar­te, disse que as praças ainda não foram desocupadas porque o ór­gão prioriza ações ligadas a um planejamento urbanístico prévio. “Como a operação que executamos na Praça do Pescador, no Desterro. Os bares foram retirados de lá porque a Prefeitura tinha um projeto urbanístico para a área, com obras a serem iniciadas tão logo a área fosse ocupada”, afirmou. Segundo ele, a Blitz Urbana mantém contato direto com a Prefeitura, e assim que houver um plano de urbanização para as praças da Cohab os lava-jatos serão retirados do local.

Outra ação anunciada e nunca cumprida foi a demolição de um galpão construído sobre um córrego, também na Cohab. O galpão, construído de forma irregular, limitava o escoamento de água e com isso provocava enchentes na região durante o período chuvoso. Em julho de 2014, ele foi demolido parcialmente e o restante do trabalho nunca foi concluído. Antônio Duarte informou que hoje uma equipe será enviada até o local para verificar a situação do prédio.

[e-s001]Improcedentes
Sobre as denúncias feitas por funcionários do órgão, Antônio Duar­te afirmou a O Estado que elas são improcedentes. Ele informou que há uma frota de 30 veículos que atendem às seis coordenadorias da Blitz Urbana, além das atividades administrativas da Semurh e que apenas seis viaturas estão paradas para conserto. “Além dis­so, estamos adquirindo novas viaturas. Com essa compra, teremos carros menores, que serão destinados às atividades administrativas da secretaria, e as pickups se­rão usadas exclusivamente nas ações de fiscalização”, disse.

Sobre haver apenas quatro veículos em condições de circulação, Antônio Duarte afirmou que esta é a quantidade de viaturas usadas pela coordenação de obras e ne­gou não haver um planejamento de ações em longo prazo. “Acontece que, mesmo sendo funcionários da Prefeitura, os fiscais da coordenação de obras ganham também em cima da produtividade. Por isso, reclamam quando não podem sair. Mas há um agendamento feito pela coordenação de obras e de transportes, para que todos possam atuar igualmente”, explicou. Antônio Duarte também disse que, após o período carnavalesco, serão executadas seis grandes operações de desocupação do espaço público. Uma delas no Vinhais e outra na área de palafitas à margem da Avenida IV Centenário.

SAIBA MAIS
Blitz Urbana

Órgão ligado a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh), foi criada em janeiro de 2011, através do Decreto n° 38873/2011, tendo como objetivo promover a integração e melhoria dos serviços de fiscalização pelos órgãos da Administração Municipal de São Luís, visando proporcionar à população ludovicense melhores condições ao exercício da cidadania. Entre os serviços e ações de competência da Blitz Urbana estão:

Determinar a postura do município com relação ao uso e ocupação do solo urbano;
Fiscalizar toda atividade comercial exercida na cidade em áreas pública ou privada;
Disciplinar as ocupações temporárias com finalidades comerciais ou fins culturais;
Fiscalizar obras públicas e privadas;
Fiscalizar a aplicação das legislações pertinentes ao uso e ocupação do solo urbano de São Luís;
Apreensão de animais de médio e grande porte;
Fiscalização e retirada de placas irregulares;
Desobstrução de ruas e calçadas;
Fiscalização e desapropriação de terrenos baldios sem muros e calçadas;
Inspeção de funcionamento de eventos, verificando o cumprimento das normas relativas à localização, instalação e horário de realização;
Conceder licença para placas publicitárias;
Conceder licença para realização de qualquer tipo de evento;
Conceder licença para venda de comércio ambulante.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.