Prejuízos

Chuvas fortes causam prejuízos em São Luís no fim de semana

Em alguns pontos da cidade, alagamentos ocorrem todos os anos e no fim de semana não foi diferente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

SÃO LUÍS - O fim de semana em São Luís foi marcado por fortes chuvas e estragos causados em vários bairros. Problemas pontuais como a queda de uma árvore e de um muro foram registrados no Vinhais e no Jaracati. Outros pontos da cidade registraram alagamentos em casas e estabelecimentos comerciais. Proprietários reclamam da inércia do poder público frente ao problema.

No dia de ontem, as chuvas foram menos intensas que no sábado, dia 23, mas também causaram estragos. Uma árvore tombou sobre a Avenida Jerônimo de Albuquerque, no Vinhais, durante a madrugada com a força da chuva. A planta atingiu os telhados de duas bancas instaladas no canteiro da avenida, mas não causou maiores prejuízos ou vítimas.

O domingo também foi de contabilizar estragos provocados pela chuva e limpar a sujeira que a água deixou dentro das casas no Renascença. No dia anterior, 16 casas da Rua dos Narcisos ficaram alagadas. No local, o problema acontece sempre que cai uma chuva mais intensa e as famílias mais uma vez tiveram prejuízos.

O empresário Cristiano Corrêa foi um dos moradores que teve prejuízos com o recente alagamento. A água invadiu todos os cômodos da casa pelos ralos e causou estragos em todas as portas e móveis de madeira. Ele lembra que os móveis atingidos eram novos, comprados após um alagamento na casa em 2015. “Como a água tinha entrado pelo ralo, não tinha como secar tudo. Tive que jogar todos os móveis fora e comprar tudo novo. Agora, a água veio e molhou tudo de novo”, disse.

Estragos
Na casa ao lado da residência do empresário, os moradores também tiveram muitos estragos. Todos os móveis projetados de MDF foram atingidos pela água, o que causou prejuízos de milhares de reais, segundo o dono do imóvel, o advogado Fernando Castro.

Ele deixou a casa e mudou-se com a família para um apartamento em maio de 2015 depois de um grande alagamento e muitos outros prejuízos provocados em anos sofrendo com alagamentos na Rua dos Narcisos.Os móveis projetados, infelizmente, não puderam ser levados na mudança e foram atingidos. Antes disso, ele já havia perdido vários eletrodomésticos.

Ainda de acordo com ele, existe um processo tramitando na Vara da Fazenda Pública contra o Estado por causa dos problemas provocados pela chuva. O processo foi aberto há dois anos e tem como objetivo obrigar o estado a fazer obras de drenagem na região e reparar os danos causados às residências dos moradores.

O advogado critica a falta de ações do Governo do Estado e a prioridade dada a outras ações como a construção da Praça da Lagoa, a poucos metros da Rua dos Narcisos. “O que nos deixa chateados é a visão míope do Governo que não vê nosso problema, mas está fazendo uma praça de R$ 2 milhões. Para nós, isso é um verdadeiro absurdo. Não precisamos de praça, precisamos é de saneamento”, declarou Fernando Castro.

Sábado
O sábado, dia 23, começou com muita chuva em São Luís, o que provocou diversos pontos de alagamentos. A Praça do Panteon, no Centro, ficou inundada. Parte dos bancos ficou coberta pela água, que também alcançou as rampas de acesso à praça. A situação foi semelhante no Cemitério do Gavião, onde vários túmulos ficaram submersos.

Moradores da Segunda Travessa no Jaracati também tiveram prejuízos. Uma enxurrada derrubou um muro no bairro e atingiu três casebres. Os moradores contaram que perderam móveis e eletrodomésticos e suas casas ficaram tomadas por lama. Uma delas foi a comerciante Elizângela Ferreira. “Meu comércio e minha casa ficaram alagadas. Meu freezer queimou e não tenho como vender minhas mercadorias. Não sei o que vou fazer porque só tenho essa renda”, disse.

Ainda no sábado, o prédio do Curso Wellington no bairro Renascença também ficou alagado. A água invadiu salas causando atingindo carteiras, computadores e outros equipamentos. Um carro que estava na rua ficou submerso. Foi a primeira vez que alagamento ocorreu no local neste ano, mas a situação é recorrente.

Nos últimos anos, foram registrados 16 alagamentos no prédio segundo o proprietário do prédio, o deputado estadual Wellington do Curso. Ele manifestou pela internet sua indignação com mais prejuízos causados pela chuva e cobrou ações da Prefeitura. “Apesar da evidência de tais problemas e dos alertas feitos, a Gestão Municipal não realizou manutenção alguma, resultando nas inundações de diversas lojas e residências”, escreveu o deputado em sua página em uma rede social.

Meteorologia
O período chuvoso de 2016 em São Luís deve ser caracterizado por chuvas abaixo das médias normais segundo o Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão. A tendência climática tem relação com o El Niño, fenômeno que atinge a atmosfera e o oceano aquecendo as águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, o que pode causar chuvas abaixo da média e mal distribuídas.

SAIBA MAIS

Chuvas evidenciam problemas de infraestrutura no São Cristóvão

Moradores da Travessa José Sarney, no Baixão São Cristóvão, reclamam da falta de asfalto na via. Com as fortes chuvas que tem atingido a capital, essa via do bairro se tornou um lamaçal, o que tem impossibilitado a passagem de veículos e pedestres e, principalmente, as crianças que estudam em uma creche da região.

De acordo com os moradores, a via nunca recebeu asfalto. Nem mesmo agora que obras do programa Mais Asfalto estão sendo executadas pela Prefeitura de São Luís e o Governo do Estado no Jardim São Cristóvão, a poucos metros dali, a travessa recebeu melhorias. Para exigir que obras também sejam realizadas na via, eles interditaram os dois acessos da rua. Eles prometem desfazer os bloqueios somente quando a Prefeitura iniciar obras de drenagem no local.

Estragos da chuva

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