Abandono

Mercado do Anil é alvo de saques e vandalismo

Vários boxes estão arrombados; foram saqueados torneiras, lâmpadas e suspiros das pias e deixadas fezes nesses espaços

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

[e-s001]Em poucas semanas, com­­pletará três anos desde que parte do teto do Mercado do Anil desabou. Uma reforma foi iniciada pela Prefeitura de São Luís, e finalmente o espaço está quase pron­to para ser entregue aos feirantes e à população. Mas os serviços ainda não foram concluídos, e os boxes já estão sendo depredados e saqueados.

No dia 13 de fevereiro de 2013, parte do teto do Mercado do Anil desabou após as fortes chuvas que atingiram a capital naquele ano. As telhas caíram sobre os boxes, atingindo fios elétricos e causando estragos, que impossibilitaram os feirantes de continuarem trabalhando no espaço. Por isso, a Prefeitura iniciou uma reforma no espaço, e os feirantes foram re­­manejados para outra parte da feira, de maneira improvisada. Mas a situação, que deveria ser provisória, dura até hoje.

Cronograma
A reforma do mercado foi avaliada em R$ 2.289.411,47, recursos próprios do Tesouro Municipal. Com esse montante, deveria ser executado um projeto que previa estrutura com 94 boxes e 30 bancas, o que garantiria um aditivo de 13 boxes à estrutura anterior.

Além disso, o projeto inclui a construção de uma praça de alimentação, abatedouro de aves, áreas para carga e descarga de caminhões e espaço adequado para disposição das lixeiras, to­dos os itens em obediência aos padrões impostos pela Vigilância Sanitária.

De acordo com o cronograma da obra, a primeira etapa da refor­ma deveria ser concluída no início de outubro de 2014. A partir disso, os feirantes começariam a trabalhar na parte reformada do espaço, para que fosse iniciada a segunda fase dos serviços, a refor­ma do setor antigo do mercado, onde os comerciantes haviam si­do remanejados.

[e-s001]Primeira etapa
Hoje, quase três anos depois do desabamento, os serviços da primeira etapa ainda não foram concluídos. Os boxes estão prontos, construídos com revestimen­to em cerâmica, balcão de inox e piso de concreto industrial de alta resistência. Faltam apenas depósitos para os comerciantes que vendem verduras.

Mesmo com a reforma do mer­­cado praticamente concluí­da, o espaço ainda não foi entregue aos feirantes, e a estrutura vem sendo alvo de saques e de depredação. Vários boxes estão arrombados. Foram roubadas tor­­neiras, lâmpadas e suspiros das pias. Além disso, moradores de rua e usuários de drogas utilizam o espaço para fazer necessidades fisiológicas ou dormir.

Prejudicados
Enquanto os serviços não são concluídos, os feirantes trabalham em condições precárias nas bancas da parte antiga do mercado. No local, as bancas não são adequadas à venda de alimentos, principalmente para o comércio de carnes e peixes.

A feirante Francisca Alves de Lima conta que, além disso, a chu­va tem atrapalhado o trabalho no local onde eles estão alojados. Quan­do chove, a água escorre pe­las goteiras e frestas no telhado, e é preciso desmontar as bancas para evitar que os alimentos tenham contato com a água da chu­va. “Molha tudo e a gente não tem condição de trabalhar. Fica tudo cheio de água. Nos pés da gente, também”, ressaltou.

Ela, que trabalha há quatro anos no local, destaca que as vendas caíram desde que tiveram de trabalhar dessa maneira improvisada. “Os clientes reclamam, e já perdi muitos deles por causa dessas condições de trabalho. Isso é errado. O prefeito já deveria ter entregue isso há muito tempo, porque isso é uma falta de consideração com a gente, que trabalha aqui”, afirmou a feirante.

Jeferson Carlos Ramos Ferreira, da Junta Administrativa do mercado, lembrou que a construtora já entregou a obra. Agora, a Prefei­tura tem enviado trabalhadores para fazer os últimos serviços, como a reforma dos banheiros. “Eles fazem um pedacinho hoje, outro amanhã. Faltam. E a gente vive nessa angústia, porque eles dão prazo, não cumprem e a gente fica nessa indefinição”, explicou.

A Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa) informou que a empresa responsável pela reforma do mercado do Anil, desistiu da obra, e por essa razão a Secretaria teve de encontrar outros meios para o término da obra. A Semapa conseguiu firmar uma parceria com o Instituto Municipal do Paisagismo Urbano (Impur) para a realização de melhorias nos banheiro, nos boxes e nas partes elétricas e hidráulicas da feira. A Secretaria ressaltou que as obras continuam e não foram interrompidas. Sobre a questão da segurança, a Semapa informa que a Feira do Anil conta com quatro vigias no local que fazem a segurança da área 24 horas por dia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.