Preocupação

Mapeadas 60 áreas de risco em São Luís

Áreas têm risco de deslizamento, desabamento e alagamento, situações que podem ocorrer por causa das chuvas que já atingem a cidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

As primeiras chuvas que estão atingindo São Luís trazem consigo não apenas transtornos, mas também muita preocupação para as pessoas que moram em áreas de risco de deslizamento, desabamento e alagamento na capital maranhense. A Defesa Civil Municipal já mapeou 60 áreas de risco na cidade e iniciará nos próximos dias o trabalho de monitoramento dessas regiões.

Os locais mapeados são aqueles mais suscetíveis a terem problemas por causa das chuvas que iniciaram agora e devem se intensificar nos próximos meses. Em anos anteriores, as fortes chuvas causaram sérios prejuízos para os moradores dessa região e, por essa razão, o drama das pessoas que vivem nesses locais novamente vem à tona no período chuvoso.

Locais
As áreas de risco de alagamento e deslizamento estão localizadas em bairros como Salina do Sacavém, Coroadinho Vila Bacanga, Vila Isabel, Quinta dos Machado, Vila Embratel, Sá Viana, Itapera, Quebra Pote, Sacavém, Geniparana, Residencial José Reinaldo Tavares, Vila Lobão, Vila Ayrton Senna, Recanto Canaã, Vila Funil, entre outros. São mais de 600 famílias que moram nessas regiões.

No centro da cidade, também há áreas mapeadas pela Defesa Ci­vil. Esses pontos localizam-se principalmente no Centro Histórico da capital maranhense por causa dos casarões antigos, tombados pelo patrimônio histórico, e que podem desabar em uma forte chuva que eventualmente atinja São Luís.

O bairro Sá Viana, na área Itaqui-Bacanga, contém pontos que estão em situação de risco, conforme o levantamento feito pela Defesa Civil. Algumas regiões da comunidade localizam-se em áreas baixas e, como consequência, elas são facilmente inundadas pela chuva. Há também residências situadas próximas a grandes barreiras que eventualmente po­dem desabar e soterrar as casas em uma forte chuva.

A dona de casa Maria Costa mo­ra com os três filhos em uma residência localizada na Avenida São Thomaz de Aquino, no Sá Viana. Sua casa está localizada próxima a uma barreira, o que a deixa temerosa em dias de chuvas.

“Tenho muito medo de chover e a água e terra entrarem em casa. Isso nunca aconteceu comigo, mas com o vizinho já aconteceu algumas vezes. Se isso acontecer, a úni­ca coisa que pretendo fazer é sair de casa”, disse.

Monitoramento
De acordo com a superintendente da Defesa Civil municipal, Elithânia Barros, concluído o mapeamento dos pontos suscetíveis aos riscos, será feito agora o monitoramento dessas áreas para que seja colocado em prática o plano de ação em caso de desastres.

“Estamos indo aos locais, conversando com as lideranças comunitárias de cada bairro e ainda fazendo campanhas educativas. Em caso de desastres, fazemos o acolhimento das pessoas e a aplicação do plano de contingência em que outros órgãos também estão envolvidos nesse trabalho”, disse Elithânia Barros.

Além disso, o órgão adota regularmente medidas preventivas a fim de minimizar os impactos dos desastres que, por ventura, venham a acontecer por causa das chuvas como reunião frequentes com comunidades em áreas de risco; capacitação das lideranças comunitárias que atuam nessas áreas para ajudar, de forma eficaz, caso haja necessidade; monitoramento constante dessas áreas; vistorias técnicas e emissão de laudos sempre que houver necessidade e encaminhamento dos laudos para órgãos competentes.

Deslizamento já causou morte de adolescente

Em maio de 2014, a adolescente Joiliane Cristina Meneses Ramos, de 13 anos de idade, morreu em um deslizamento de terra por causa das fortes chuvas. Ela morava com a sua família no bair­ro Coroadinho, em uma das áreas de risco mapeada pela Defesa Civil.

O desabamento aconteceu na Segunda Travessa Babilônia, no bairro, durante a madrugada. Na casa, que foi totalmente destruída estavam, além da Joiliane Cristina, a sua irmã, Joisiane Kelly Meneses Fonseca, de 12 anos; o seu pai, Alfredo Rodrigues da Silva, de 39 anos, e a companheira dele, Lucilene de Jesus Abreu Coelho, de 43 anos, que dormiam no momento do acidente.

A casa em que os quatros residiam foi construída próxima a uma grande encosta. Chovia torrencialmente na região, quando parte da terra desprendeu-se do barranco e atingiu a residência, soterrando os moradores do local.

Após o deslizamento, o autônomo Alfredo Rodrigues, juntamente com a ajuda de vizinhos, tentou tirar as outras pessoas que estavam dentro da casa e ainda salvar o que podia, mas já era tarde demais. A sua filha, Joiliane Cristina Meneses, foi retirada de dentro dos escombros sem vida. Os moradores também perderam todos os móveis e eletrodomésticos da casa.

NÚMERO
60 é a quantidade
de áreas de risco monitoradas em São Luís

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