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O legado do “camaleão”

Além de vários álbuns e hits de sucesso, David Bowie deixa, entre seus trabalhos, importantes filmes e um legado na moda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
David Bowie deixa um legado rico na música, cinema, teatro e moda.
David Bowie deixa um legado rico na música, cinema, teatro e moda.

O mundo ainda lamenta a perda de David Bowie. O anúncio de sua morte, divulgada por meio de suas redes sociais, chocou artistas, autoridades, fãs e entusiastas do seu brilhante trabalho artístico no último domingo (10). Sem dúvidas, o “camaleão do rock” fará muito falta neste plano. Tanta falta que poderá, somente, ser amenizada graças o seu avassalador legado, que contempla, além dos muitos álbuns e hits de sucessos, importantes filmes e o estilo excêntrico que lhe tornou um ícone da moda.

O britânico universalizou por meio da música sua filosofia de vida. Apresentou-se como um pacificador e, como um camaleão “camuflou-se”, ou melhor, soube convergir da melhor forma para apresentar-se como um produto que agradasse platéias de todas as cores, raças e credos.

Além da música, seu habitat natural, Bowie flertou em outros palcos. Apesar de ter iniciados os estudos em teatro antes do sucesso na carreira musical, o britânico tem como marco nas artes dramáticas a interpretação de Cloud na peça teatral “Pierrot in Turquoise”, de 1967 (posteriormente transformada no filme televisivo de 1970 “The Looking Glass Murders”).

Em 1976, ganhou elogios por seu primeiro papel principal num grande filme, retratando Thomas Jerome Newton, um alienígena de um planeta moribundo, em "The Man Who Fell to Earth", dirigido por Nic Roeg. Em "Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo", filme biográfico de 1981 focando a dependência por drogas de uma jovem na Berlim ocidental, Bowie fez uma aparição como ele mesmo em um concerto na Alemanha.

David Bowie recusou interpretar o vilão Max Zorin no filme “007 Na Mira Dos Assassinos”, em 1985. Um ano depois, interpretou o andrógino Jareth, rei dos goblins, no filme “Labirinto - A magia do tempo”, de Jim Henson. Dois anos depois interpretou Pôncio Pilatos em “A Última Tentação de Cristo”, de Martin Scorsese, em 1988.

Uma de suas últimas aparições no cinema foi no filme “O Grande Truque”, de 2006. Nele, Bowie interpretou Nikola Tesla, físico pioneiro na corrente alternada. A produção é co-estrelada por Christian Bale e Hugh Jackman e dirigida por Christopher Nolan. Aliás, o próprio diretor chegou a declarar na época que não cogitou outra pessoa para o papel de Tesla que não Bowie, por conta do seu extraordinário carisma. "David Bowie era o único cara que eu tinha em mente para interpretar Tesla, porque sua função na história é pequena porém com um papel importante".

David Bowie foi um ícone da moda.
David Bowie foi um ícone da moda.

Moda –

Além de estourar em todo o mundo com álbuns considerados clássicos do rock’n’roll, como “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” (1972) e “Heroes” (1977), Bowie é considerado um dos pioneiros do glam rock, um estilo de música bastante difundido no final dos anos 60, que ficou marcado pelos trajes e performances com muitos cílios postiços, purpurinas, saltos altos, batons, lantejoulas, paetês e trajes elétricos dos cantores. Uma das apresentações do camaleão nesse segmento se deu por meio do álbum “Alladin Sane”, de 1973, em que ele apareceu na capa do disco com um raio vermelho estampado no rosto.

Uma das contribuições do artista britânico a moda é justamente a excentricidade. Bowie foi adepto dos macacões ultraestampados da fase Ziggy Stardust, um personagem de sexualidade ambígua e roupas futuristas criado por ele. Além disso, eu rosto era coberto por exageradas maquiagens.

Seu espírito livre lhe permitiu ousar ainda mais. Se já não bastante os macacões extremamente coloridos, na década de 70, Bowie tirou do armário mamacões de uma só perna e manga, sendo muitas delas opostas.

Apesar de ter iniciado a década ultra despojado, Bowie finalizou os anos 70 com um estilo mais formal. Essa era a fase de “Thin White Duke”, de 1976, em que ele apresentou sua fase mais conservadora, com a utilização de muita alfaiataria, blazer bem cortado, camisa e coletinho.

David Bowie tinha 69 anos. Ele se casou duas vezes: com Angela Barnett, com quem teve um casamento de 10 anos e um filho, Zowie - que mudou de nome e hoje é conhecido como o diretor de cinema Duncan Jones e com a modelo somali Iman em 1992 e tinham uma filha, Alexandria Zahra Jones, nascida no ano 2000. Em 2004, a revista "Rolling Stone" o colocou em 39º em sua lista de 100 maiores artistas de todos os tempos, e 23º entre os melhores cantores.

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