Seis meses após o linchamento de Cleidenilson Pereira da Silva, de 29 anos, que foi brutalmente assassinado por populares no dia 6 de julho do ano passado, mais um caso deste tipo de crime foi registrado na Grande Ilha. Desta vez, a vítima foi um jovem que, de acordo com o relatório da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), tinha 25 anos de idade. Segundo os populares, a vítima seria natural de Pedreiras.

Segundo boletim de ocorrência sobre o caso, o homem, identificado por Yul Brinner Almeida Araújo, tentou no dia 6 deste mês praticar um assalto a um coletivo no bairro Bequimão, nas proximidades do ponto final. Ainda de acordo com o boletim, registrado na Delegacia da Cidade Operária, a vítima foi, após tentar cometer o delito, capturada por moradores, e em seguida foi “bastante agredida”, conforme relatado no próprio documento.

Após as agressões, que foram gravadas por testemunhas e lançadas nas redes sociais, a vítima foi encaminhada por uma viatura da polícia militar à Unidade Mista do Bequimão, onde foi atendida e liberada para ser apresentada no 14º Distrito Policial, no bairro. Segundo o boletim, ao se apresentar à delegacia, o jovem começou a passar mal, sendo levado para o Hospital Clementino Moura, o Socorrão II.

De acordo com o documento, a Yul Brinner morreu logo depois. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) ainda no dia 6 deste mês, por volta das 15h. Segundo o relatório da SSP, a morte da vítima, classificada como homicídio doloso, teria sido “outros meios”.

Em contato esta semana com O Estado, o comandante responsável pelo 8º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão (PM), tenente-coronel Sílvio D´Eça informou que já tinha conhecimento da ocorrência, no entanto, ainda não tinha maiores detalhes do fato. “Como a nossa equipe de inteligência está neste momento na cidade de Bacuri, para averiguar a situação do assalto a banco naquela localidade, estamos ainda sem condições de dar maiores detalhes”, disse.

Sobre o caso, o delegado responsável pelo Distrito do Bequimão, Davi Feller, afirmou que, como ainda está de férias, não tem maiores informações sobre o episódio. “Este caso está nas mãos do delegado adjunto, identificado por Júlio”, disse. Até o fechamento desta edição, O Estado não conseguiu manter contato com o delegado Júlio.

Mais

O Estado também manteve contato com a regional de Pedreiras. Segundo a delegada responsável, Silvana Prazeres, nenhuma informação sobre o caso chegou ao seu conhecimento. “Por enquanto, ainda não estamos sabendo de nada”, disse. Nenhum representante da Delegacia de Homicídios foi encontrado ontem para falar sobre o caso.

Relembre

No dia 6 de julho do ano passado, Cleidenilson Pereira da Silva, de 29 anos, morador do bairro João de Deus, foi morto no local enquanto que o adolescente que estava em sua companhia, e que mora no São Cristovão, foi apreendido e levado pelos policiais para a delegacia com diversas escoriações pelo corpo.

O assaltante teve as mãos, pés e o corpo amarrados por uma corda e presos em um poste de energia elétrica. Logo em seguida, ele teve as roupas arrancadas e foi brutalmente espancado pelos moradores revoltados com chutes, socos, pedradas e até mesmo garrafadas. A vítima não resistiu a gravidade dos ferimentos e morreu no local.

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