Previsão

Chuvas abaixo da média são esperadas para São Luís

Capital maranhense passa pelo período de transição do clima, em que já tem sido registrada uma quantidade de chuvas muito abaixo da média

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

O período chuvoso de 2016 em São Luís deve ser caracterizado por chuvas abaixo da média, segundo o Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão. A tendência climática tem relação com o El Niño, fenômeno que atin­ge a atmosfera e o oceano, aquecendo as águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial.

Na madrugada do dia 1º deste mês, muitas pessoas que festejavam a chegada do Ano-Novo fo­ram surpreendidas pela chuva for­te que atingiu a capital. Mas o fenômeno não representou o que virá no período chuvoso.

A meteorologista Andréa Cerqueira explica que ainda estamos no período de transição, que compreende os meses de dezembro e janeiro. Nesse período, a média de chuva começa a despontar. Para dezembro, era de 77 milímetros (mm). Mas o volume registrado foi de apenas 11mm, ou seja, o registro foi de apenas 14% em relação à média.

Já para janeiro, a média é de 244 mm, mas a expectativa é de que o volume registrado também fique abaixo da média normal nesse último mês de transição. Ainda de acordo com a meteorologista, é esperado que isso aconteça também durante o período chuvoso (março, abril e maio) na região centro-norte do Maranhão.

“Em dezembro, começaram as primeiras chuvas. Mas foram só 11 mm, o que representa quase nada. Em janeiro, que é um mês de transição, há uma previsão de chuvas um pouco mais frequentes do que dezembro. Mas ainda assim não vai ser o período de chuvas todos os dias, regulares. A expectativa é de que ainda fique abaixo desse valor e todos os meses que se seguem”, explicou Andréa Cerqueira.

Ela destaca que o período chuvoso deve começar de fato em fevereiro com expectativas de chuvas acima de 300 milímetros perdurando até maio. As chuvas continuam, mas de forma mais branda, até os meses em junho e julho, que é o período transitório para o seco. “A gente espera que esse período seja irregular de novo com chuvas abaixo da média e mal distribuídas”, completou.

Causa
A meteorologista explica ainda que a tendência climática tem relação com o El Niño.
“Temos anomalias de temperaturas, acima ou abaixo do normal para essa época. Estamos com um aquecimento anômalo nas águas equatoriais do Pacífico. Isso interfere não só nas águas, mas muda a circulação de ventos acima de onde ele atua. Consequentemente, onde o ar sobe ele tem que descer em algum lugar. Se parar de formar nebulosidade em algum lugar, outro canto terá uma consequência”, detalhou.

Em todo o mundo, há consequências do El Niño. No Brasil, principalmente no Nordeste, há alterações no período chuvoso. Em algumas regiões, há a diminuição das chuvas. Em outros, o aumento e mudanças de temperaturas.

Ela alerta ainda que o fenômeno El Niño registrado no biênio 2015/2016 tem se caracterizado como muito intenso. Essa intensidade está se aproximando da registrada em outros períodos de El Niño como 1982/1983, em que houve muita seca na região Nordeste, e 1997/1998.

Apesar disso, a meteorologista afirma que não há porque a população esperar o pior. “Vai chover. Essa é uma condição da nossa região. Não descartamos a possibilidade de chuva forte, trovoada e rajadas de vento em março e abril. Mas os problemas são os fenômenos que acontecem no ocea­no e agem de forma negativa, para poucas chuvas, ou positiva, para muitas chuvas. Há algumas vezes essas interferências”, pontuou Andréa Cerqueira.

Calor
A meteorologista explica que quando há uma nebulosidade muito intensa, forma-se um tampão. Ele faz com que a radiação que a Terra emite fique retida. Não passa para a atmosfera livre. Com a umidade que vem do mar e a escassez de ventos, a situação se agra­va. Por isso, a sensação de “abafamento” em determinados pontos da cidade.

Médias normais de chuvas em São Luís
Janeiro – 244 mm
Fevereiro – 373 mm
Março – 428 mm
Abril – 475 mm
Maio – 316 mm

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