ÁLBUM

Exaltação ao BREGA

“#ASensação”, novo álbum do Forrozão MnX, traz nove músicas divertidas e que abordam experiências vividas pelos integrantes da banda; disco está disponível para download em plataformas digitais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
Arte da capa do CD da banda Forrozão MnX
Arte da capa do CD da banda Forrozão MnX (Forrozão MNX)

Uma das bandas mais divertidas da atual cena musical maranhense, o Forrozão MnX, lançou nas principais plataformas digitais para download o álbum “#ASensação”. O disco, que traz nove faixas autorais, é o primeiro na recente formação do grupo, que conta com a participação de André Grolli (vocal), Eduardo Monteiro (baixo), Leleco Albuquerque (teclado), Mayron Lima (guitarra), Bruno Azevêdo (baixo) e Sérgio Moura (guitarra). Ele está disponível para download:soundcloud.com/maonaxereca, também no canal da banda no Youtube e, em breve, sairá em formato físico.

“#ASensação” faz uma exaltação à música brega com letras cômicas baseadas em situações enfrentadas por alguns dos integrantes. “As músicas do álbum falam de temas diversos como desilusões amorosas, chifres, flerte e o nerd desajeitado paquerando, enfim... falamos de forma sincera sobre o cotidiano, expressas de forma caricata e com um sarcasmo divertido. Se existe um tema recorrente nas músicas esse tema é as relações amorosas, o que as pessoas em geral entendem como brega”, comentou André Grolli.

Somos a banda com a maior auto-estima do mundo. Por isso dizemos, com humor, que somos a sensação do momentoAndré Grolli

Quem assina a capa do disco é o cartunista Caio Gomez. Ele trabalha como ilustrador e quadrinista no Correio Braziliense, criou e editou o zine Bongolê Bongoró e o calendário Pindura. Atualmente, é editor do Jornal Pimba e publica regularmente na revista Mundo Estranho e Superinteressante, além de ter sido colaborador da Folha de São Paulo, Revista VIP, Mão Peluda entre outras.

“#ASensação” é produzido por Adnon Soares e fruto da primeira fase da banda, tendo suas músicas compostas em grande parte por Bruno Azevêdo e Sérgio Moura (o Dr. Capirango). “O repertório escolhido reúne todas as músicas que tocávamos na época. As gravações demoraram perto de três meses para finalizar e as mixagens se arrastaram por mais de um ano. O disco saiu com aproximadamente um ano de atraso, mas saiu”, lembrou Grolli.

Faixa por Faixa - #ASensação

Por André Grolli

Valdinete e o Picolezeiro Maldito - (Bruno Azevêdo)

Faz parte de uma “ópera brega” em cinco partes e tem essa veia do bregão de garimpo dos anos 1980, com o chifre do tamanho do Batman. Foi criada há uns 15 anos por Bruno Azevêdo e nunca se esperou que fosse um dia tocada e cantada em shows, pela banda e pelo público.

Corps pra amar - (Sergio Moura)

Conta a história de um cara que quer pegar todas as meninas que ele vê, quer todos os corpos do mundo pra amar, mas ele é dominado, casado e fiel, e a cada refrão ele conclui: "mas meu bem não vai deixar!". O termo "corps" surgiu a partir de uma gíria que eu ouvi de Cazi Moraes, onde “corps” era corpo bonito. Quando Sergio ouviu ele sacou de imediato e saiu a música. A música é um brega dançante, com solo de guitarra ao estilo Adelino Nascimento, base de teclado e uma pitada de Calypso. É brega pra balançar o esqueleto.

Oh dor - (Sergio Moura & Bruno Azevêdo)

É um bolero que debocha do estilo romântico dos boleros antigos, cheios de dor, exagero e melancolia. Assim fizeram Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Cauby e Agnaldo Timóteo. A música conta a história de um homem abandonado pela mulher amada. “Você levou, o meu dinheiro e o meu calção", e que sofre melancolicamente "só me deixou, a dor no peito e a solidão" e por fim brada seu sofrimento da forma mais brega possível: "Oh! Oh dor! Oh sofrimento! Oh, oh dor, oh solidão!". Oh Dor foi composta há mais ou menos 15 anos.

Na canção anterior - (Sergio Moura & Bruno Azevêdo)

É outro bolero exagerado que fala de um tema inédito na música brasileira! Uma música sobre uma canção anterior que nunca existiu. Na fictícia música anterior o trovador fala da tristeza e do conflito que havia passado com a mulher amada, um ‘quiprocó’ danado. Sendo assim, o tempo verbal da música é todo no passado: "na canção anterior, eu lhe disse que não era um palhaço, que assumo o que disse e o que faço, e que não devo satisfação". A música é de Bruno Azevêdo e Sérgio Moura e segundo eles, foi composta em uma noitada, de uma só vez, após umas biritas.

O anfitrião - (Sergio Moura & Bruno Azevêdo)

Surgiu a partir da frase genial de Bruno, contida no refrão: "Se não tiver cerveja, eu não entro em tua casa!". Assim Bruno e Sérgio trocaram versos e melodias por email e fez-se a canção. No começo parecia um sertanejo, mas era diferente e foi ficando brega. Ela expressa bem o sentimento de todo mundo que gosta de farra.

4 reais - (Sergio Moura)

É sem dúvida uma música consumida pela inflação! Na época que o Sérgio compôs, a garrafa de cerveja custava quatro reais. A música conta a história de uma piriguete que vai para o brega se divertir e "caçar" alguém que lhe pague a conta. Mas o futuro amante possui alguns requisitos, e ela diz: "mas tem que ter dinheiro, pois já devo uma grade em cada bar". A música é uma aventura, uma história musical ambientada na verdadeira cultura urbana da periferia, que é a cultura das choperias, das serestas e dos clubes de regue. E o refrão que a galera adora conclui: "Que tipo de homem é esse que não tem quatro reais?". A música foi gravada na magnífica voz de Nathália Ferro, que incorporou o papel de piriguete de corpo e alma na interpretação.

O homem do sapato bico fino - (Sergio Moura & Bruno Azevêdo)

Essa música é sensacional! Mas não é tão fácil de entendê-la e é difícil de falar dela por que não sabemos bem até hoje que estilo ela é. Parece uma polca russa, uma música circense, uma marchinha enviesada. É uma música que adoramos tocar e o público sempre se diverte muito. A música que é ambientada no passado, no cotidiano de uma cidade de interior, conta a história de um cara elegante e alinhado (o homem do sapato bico fino) que paquerava as meninas na quermesse, bem vestido, "com o seu Vulcabrás" bem engraxado. Só que um detalhe fazia com que ele nunca pegasse alguém: "o homem do sapato bico fino, apesar de todo galanteio; o homem do sapato bico fino era um homem muito feio!". E o refrão conclui com maestria a sina do rapaz encalhado: "O homem do sapato bico fino, você pode ser muito elegante, mas nunca você vai fazer menino". A composição de Bruno Azevêdo e Sérgio Moura foi inspirada numa foto de um amigo encalhado, que calçava um belo par de sapatos engraxados, mas que não namorava ninguém. O resto é ficção, mas poderia ser verdade.

Não empate a f... - (Sergio Moura & Bruno Azevêdo)

Inspirada nas músicas de Roberto Carlos, o cara que mais emplacou eufemismos sexuais na música brasileira. Só que nessa, o eufemismo não existe e o recado é óbvio. A inspiração era jovem guarda, mas acabou virando um rock, mas se vocês ouvirem bem, é um rock estranho, com teclado dos anos 1970, guitarra com delay e uma levada dançante. Será que é rock? Será que é brega? Será que é punk?

Menina do colégio - (Forrozão MnX)

Um Amado Batista aplicada pra meninada da década de 2010, com smartphones, nudes e tudo mais, onde é preciso teclar muito.

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