Balanço

Região Metropolitana encerrou 2015 com 1.032 mortes violentas

De acordo com dados informados pelo Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), os crimes de latrocínio, ou seja, aqueles de roubo seguido de morte, tiveram salto vertiginoso, com o registro de 62 casos ano passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
Cleidenilson Pereira da Silva,, de 29 anos, foi espancado até a morte no bairro do São Cristovão/Biné Morais
Cleidenilson Pereira da Silva,, de 29 anos, foi espancado até a morte no bairro do São Cristovão/Biné Morais (Violência)

Um total de 1.032 mortes violentas foi registrado na Região Metropolitana de São Luís em 2015, segundo dados do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), enquanto, no ano de 2014 o relatório feito pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) constatou que ocorreram na ilha 1.022.
Os casos de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte, tiveram um salto vertiginoso ano passado. Foram 62 casos desse tipo de crime, contra 32 registrados em 2014, quase o dobro. A polícia ainda registrou em 2015 um total de 12 casos de espancamentos que acabaram em mortes das vítimas. Uma delas foi Cleidenilson Pereira da Silva, de 29 anos, linchado até a morte na área do São Cristóvão, no dia 6 de julho. O mês de janeiro ficou caracterizado como sendo o período do ano mais violento com o registro de 112 assassinatos.

No comparativo do último mês do ano em relação a janeiro, o número de morte violenta caiu. Em dezembro, ocorreram 88 casos. Apenas no último dia do ano de 2015, foram registrados dois casos, tendo como vítimas, Hiago Reis Araújo, de 20 anos, morto a tiros, no Coroadinho; e Ronilson Ribeiro Alves, de 24 anos, assassinado também à bala, no Itapera, zona rural da capital.

Ainda neste mês, a polícia registrou o assassinato de dois presidiários. Na manhã do dia 29 de dezembro, Adriano Conceição Araújo, o Animal, de 30 anos, foi morto com nove tiros de pistola por homens não identificados, na Rua das Flores, no Centro, após sair da Casa de Albergado, órgão mantido pela Secretaria da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap) na Rua dos Afogados.

A outra vítima foi Ivanor Pereira Santos, o Nescau, de 46 anos. Ele teria sido beneficiado com a saída temporária de Natal e deixou o presídio no último dia 23, mas foi morto a tiros na noite de segunda-feira, 28, no bairro do São Bernardo. De acordo com informações da polícia, os dois suspeitos desse crime fugiram em uma motocicleta, de placa e marca não identificada.

Números altos
Os dados do Ciops ainda revelam que 99 mortes violentas ocorreram em novembro de 2015 e somente o último final de semana desse mês pelo menos 17corpos deram entrada no Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga.

Neste período do ano, a polícia registrou 76 homicídios dolosos, 12 latrocínios, três mortes por lesão corporal, cinco mortes em confronto com a polícia, uma morte a esclarecer e duas por mortes lesão corporal posterior.

A quantidade de mortes violentas ocorridas no décimo primeiro mês do ano passado é aproximadamente 8% superior a outubro, que contou com o registro de 84 mortes violentas, sendo 56 homicídios dolosos, seis lesões corporais seguidas de morte, quatro latrocínios, sete mortes durante confronto com a polícia, sete mortes a esclarecer e três por lesão corporal posterior.

Já os meses anteriores tiveram o seguinte registro de mortes violentas. Em setembro, 81 casos; agosto, 94; julho, 60; junho, 67; maio, 89; abril, 63; março, 98; e fevereiro, 67.

Latrocínio
Os casos de latrocínio aumentaram no decorrer do ano passado. De acordo com dados do Ciops, 62 pessoas morreram durante assaltos, enquanto, em 2014 houve apenas 32 registros. O mês de novembro foi o que mais registrou esse tipo de crime, com 12 casos.

Uma das vítimas, foi o sargento reformado da Marinha, Rubenildo Torres Ferreira, de 37 anos, morto dentro do seu comércio, no dia 29 de novembro, no bairro do São Raimundo, na cidade de Ribamar. Também nessa cidade, ocorreram mais dois casos de latrocínios naquele mês e tiveram como vítimas, Marcos Vinicius Pereira, de 19 anos, ocorrido dia 23, na Vila J. Lima; e André César Cunha de Araújo, de 23 anos, morto no dia 28, no Parque Araçagi.

O segundo mês em que mais ocorreu latrocínio foi abril, com oito registros. No primeiro dia do mês, o jovem Rafael Serra Santos, de 26 anos, foi morto com um tiro no rosto após reagir a um assalto, na Rua Rio Branco, no centro da capital. Testemunhas informaram à polícia que um dos suspeitos era menor de idade. Ainda nesse dia, a polícia registrou mais dois casos de latrocínio. O idoso Raimundo Alexandre Jansen Aguiar, de 66 anos, foi morto a tiros ao reagir a um assalto em seu estabelecimento comercial, no bairro Coroadinho.

A outra vítima foi Vagner Everton Soares, de 20 anos, que foi morto por assaltantes na Cidade Operária quando ia para o trabalho. Com o caso de latrocínio ocorrido no dia 30 de abril, que teve como vítima Nilson César C. Branco dos Santos, de 43 anos, no Recanto Turu, totalizou 20 registros desse tipo de crime até essa data na ilha.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, crimes com essa tipificação, triplicaram somente nos quatro primeiros meses de 2015 em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando houve apenas quatro latrocínios.

Em setembro, no dia 4, a gerente de uma loja de bijuterias, no centro da cidade, Floriza de Jesus Sá Ferreira, de 27 anos, levou um tiro na cabeça disparado por um assaltante em seu local de trabalho. A vítima chegou a entregar todo o valor do caixa e mais o seu aparelho celular e sem esboçar nenhuma reação, mesmo assim foi alvejada. Ela ainda foi socorrida e levada para o Hospital Universitário Presidente Dutra, no Centro, mas não resistiu e morreu oito dias depois. Somente neste mês ocorreram cinco latrocínios.

Em agosto, houve uma diminuição, com apenas três casos. Nos meses de julho e maio, a polícia registrou oito latrocínios. Apenas no fim da noite do dia 23 de maio, três pessoas morreram e três ficaram feridas durante um assalto realizado pelo bando comando por Nal de Panaquatira a uma residência na praia da Ponta Verde, em Panaquatira, orla do município de São José de Ribamar. Entre as vítimas, um soldado do 6º Batalhão da Policia Militar, identificado como Max Muller Rodrigues de Carvalho, de 27 anos.

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