Espigão Costeiro

Areia invade o Espigão Costeiro da Ponta d’Areia

Sem limpeza, areia acumula, e com o vento avança deixando um dos locais de lazer mais frequentados de São Luís sem condições de uso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

SÃO LUÍS - Quem visitou o Espigão Costeiro da Península da Ponta d'Areia no fim de semana teve uma surpresa desagradável: a invasão do local pela areia da praia. O avanço da areia sobre a área urbanizada atrapalha a circulação de pedestres e foi motivo de reclamações. O problema vem acontecendo desde 2014.

Para minimizar a invasão da areia no espigão costeiro, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) fazia a retirada da areia que avança sobre o espigão, mas com a suspensão do serviço muitos visitantes estão deixando de caminhar pelo local.

No sábado à tarde, uma cena chamava atenção: a areia da praia era levada pelo vento para a área urbanizada do espigão formando uma espécie de jato. Por causa disso, muita gente desistia de ir até o mirante, pois a areia impedia a passagem das pessoas. “Deixei de passar por que fiquei com medo da areia atingir meus olhos e ouvidos”, disse Andreia de Oliveira, que é moradora da península e frequenta o espigão quase diariamente.

Segundo a moradora, o serviço de retirada da areia não é mais feito. “Faz um bom tempo que eu não vejo as máquinas que retiravam a areia do espigão. Uma pena por que atrapalha as visitas. Por outro lado, é a natureza ocupando o lugar dela. A gente precisa entender também isso”, comentou.

Francisco da Silva Rocha, que foi com o filho até o local, também deixou de ir até o mirante por causa do “jato de areia”. “De longe, parece uma cortina, uma nuvem de areia. Não tem como passar por ali. Eu vou até um trecho e volto”, afirmou.

Urbanização

A ampliação e urbanização do Espigão Costeiro da Ponta d'Areia (ou quebra-mar, como é mais conhecido) foram entregues e inauguradas pelo Governo do Estado em dezembro de 2014 e desde então se tornou um ponto de bastante visitação na capital maranhense. O local possui 572 metros de extensão e o trecho urbanizado totaliza, aproximadamente, dois quilômetros.

A urbanização incluiu a construção de bancos, proteção das laterais, calçadão, passeio e ciclovia, quiosques para comercialização de água de coco, e o mirante, na parte mais extrema do Espigão, além da revitalização do Memorial Bandeira Tribuzi, composto por prédios para administração, lanchonete e área de exposição, entre outros detalhes.

A obra foi construída para resolver o problema da erosão na orla da Ponta d'Areia e desassorear o canal, resultado que já vem sendo alcançado. De acordo com o estudo - que foi financiado pela empresa Vale e doado ao Governo do Estado - o acúmulo de areia acarretou a modificação da corrente na área da Ponta d'Areia, aumentando a intensidade da erosão.

Além da erosão, a medida conterá também o assoreamento do canal existente entre a península e o banco de minerva - espécie de banco de areia. O local serve para o tráfego de embarcações.

Alterações

O Espigão de Contenção Costeira já começa a causar alterações na orla da praia da Ponta d’Areia, provocando o aumento da faixa de areia no local diminuindo o avanço da erosão na Península da Ponta d’Areia, que poderia comprometer a orla da capital até o limite do Rio Bacanga.

O principal impacto positivo do molhe costeiro (obra marítima que consiste numa estrutura costeira semelhante a um pontão) é o “engordamento” da praia. A largura da faixa de areia aumentará, protegendo a orla de futuras erosões e assegurando a integridade territorial da cidade. A expectativa é que o molhe garanta uma faixa de praia permanente de até 70 metros de areia.

Mais

Como funciona um Espigão de Contenção Costeira?

O Espigão funciona como uma espécie de muro de contenção, impedindo que a maré siga em linha reta contra a praia. Ao bater contra a parede do quebra-mar, a maré é desviada para o lado esquerdo, dando vazão ao seu fluxo. Nesse movimento a areia do terreno não é desviada, mas retida na costa, impossibilitando o agravamento da erosão e aumentando a faixa de praia. Em São Luís, a expectativa é que, depois de pronto, o molhe costeiro garanta uma faixa de praia permanente de até 70 metros de areia.

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