Uma noite para celebrar a fotografia e a pintura. É que dois expoentes maranhenses das artes visuais - um na pintura e outro na fotografia - farão um lançamento duplo na noite terça-feira, 22, às 19h30, na Casa do Maranhão (Praia Grande). Trata-se da exposição “FM +30”, do artista plástico Fernando Mendonça e do lançamento do livro “Zeladores de Voduns” (Pitomba Livros e Discos), do fotógrafo Márcio Vasconcelos.

Ao celebrar 30 anos dedicados à arte, Fernando Mendonça presenteia o público maranhense com a exposição “FM +30”, que deverá ficar em cartaz por um mês, na Casa do Maranhão. O artista, que há exatos 30 anos mudou-se de São Luís para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje, ressalta que a mostra não é uma retrospectiva, mas um olhar para o futuro, para as próximas décadas. “Não quero que esta exposição seja uma retrospectiva, até porque sou muito irrequieto, arteiro, não conformado e espero, sinceramente, que venham muito mais anos pela frente”, comenta Fernando Mendonça.

Montada especialmente para a Casa do Maranhão, a exposição reúne 13 pinturas e ainda telas feitas em parceria com artesãos do Boi da Floresta. São trabalhos feitos em veludo desenhados por Mendonça e bordados por integrantes do boi. “Este trabalho é inspirado nos grafismos e na xilogravura, que também tem uma raiz bem popular. Além disso, o boi sempre me instigou”, diz o artista que já mantinha um contato próximo com a manifestação. “Mas este é o primeiro trabalho que fazemos em parceria. Espero que venham muitos outros”, salienta Mendonça.

Já as telas, feitas em acrílico sobre tela, integram uma série nova na qual o artista lança mão da espátula para (re)criar personagens que, de uma forma ou de outra, fazem parte da identidade do trabalho de Mendonça. Ele, que se alimenta do movimento urbano, pode ser considerado um cronista da cidade. Assim, em suas telas estão presentes as famosas bicicletas - “que são quase um arquétipo da minha pintura”, diz – pedestres, trabalhadores, animais.

Montadas em forma de instalações, as obras dividem espaço com duas velas de barco que foram pintadas por Mendonça. “Grafitei as velas com as bicicletas como uma forma de dizer ‘vá de bike, vá de arte’, é ecológico e artístico”, frisa Mendonça.

Zeladores
A trajetória de Nã Agotimé, que veio do Benim como rainha e chegou ao Maranhão como escrava, foi o que motivou, em 2009, o fotógrafo Márcio Vasconcelos, a montar o projeto “Zeladores de Voduns”, que agora ganha a forma de livro. A publicação, que chega ao mercado com o selo da Pitomba Livros e Discos, e reúne mais de 70 imagens além de textos assinados por Bruno Azevêdo, o editor, e pelos antropólogos Sérgio Ferretti e Hippolyte Brice Sogbossi.

Foi acompanhado de Sogbossi que Vasconcelos viajou ao Benin com a proposta de realizar uma pesquisa e documentação fotográfica da atual situação de terreiros e seus respectivos chefes no Benim e no Maranhão. “O projeto foi contemplado, em 2009, com um edital da Secretaria de Estado da Cultura, que possibilitou a ida ao Benim e depois foi contemplada com um prêmio da Fundação Palmares via Ministério da Cultura”, relembra Vasconcelos.

A mostra foi montada duas vezes em São Luís e percorreu também as cidades de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília e ainda Santo Domingo, na República Dominicana. “Nestes lugares as pessoas sempre co­br­avam o livro, que é um registro deste projeto e que agora, finalmente, saiu”, celebra o fotógrafo.
Sobre o objetivo do projeto, que reuniu imagens de sacerdotes, pais e mães de santo da África e do Maranhão, Vasconcelos reitera: “Queria mostrar como é lá e como é aqui e em alguns momentos, não dá para distinguir”.

Serviço
O quê

Exposição “FM +30” e lançamento do livro “Zeladores de Voduns”

Quando

Terça-feira, dia 22

Onde

Casa do Maranhão, na Praia Grande

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