Farc

Farc e governo colombiano anunciarão acordo sobre vítimas

Guerrilha e governo se comprometeram a firmar a paz até 23 de março; no total, as duas partes já acertaram 4 dos 6 pontos da negociação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

Bogotá - Após um ano e meio de diálogos, as Farc e o governo da Colômbia chegaram a um acordo sobre justiça e reparação de vítimas do conflito armado, que será apresentado hoje em Havana, segundo anunciaram as duas partes ontem.

"Amanhã vamos encerrar o ponto sobre as vítimas da agenda do acordo geral, e promulgaremos a jurisdição especial para a paz", afirmou Marcos Calarcá, membro da equipe negociadora das Farc em Cuba.

A delegação do governo também deu por concluído o entendimento sobre um dos temas mais delicados dos diálogos iniciados há três anos, que visam terminar com meio século de confronto.

"Amanhã [hoje], os colombianos conhecerão o acordo real e definitivo sobre o ponto 'vítimas'. Um passo a mais para o fim do conflito", afirmou através de sua conta no Twitter.

O acordo prevê essencialmente que as vítimas tenham acesso à verdade, sejam reparadas e recebam a garantia de que a violência não se repetirá.

Também define o tratamento que receberão os responsáveis pelo delitos que ferem a humanidade, sob um sistema jurídico especial que será criado como parte do processo de paz e que inclui penas alternativas de reclusão e anistia para os rebeldes que não estejam envolvidos em ações graves e que só tenham pego em armas.

'Motivo de alegria'
O conflito colombiano é um dos mais prologados do mundo e provocou aproximadamente 220 mil mortes e seis milhões de deslocados, segundo números oficiais.

Este acordo é "um motivo de alegria, de satisfação e da certeza de que avançamos com passos firmes, com passos seguros até o acordo final", comentou Calarcá.

A apresentação formal do acordo será assistida na terça-feira por representantes das vítimas, segundo anteciparam as partes.

O governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegaram a acordos em quatro dos seis pontos que dialogaram: o programa agrário, as drogas ilegais, a participação política dos guerrilheiros e agora o da justiça e vítimas.

Ainda devem ser definidas duas questões relacionadas ao desarmamento da guerrilha e ao mecanismo para a sanção dos acordos. A guerrilha esquerdista e o governo se comprometeram a firmar a paz antes de 23 de março de 2016.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.