Buscando soluções

Audiência pública discute situação caótica da feira da Cidade Operária

Deputado Adriano Sarney (PV) cobrará segurança para a região; Justiça obriga Governo do Estado a reformar o mercado; sujeira, invasão de usuário de drogas e desorganização são alguns dos problemas do espaço

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

[e-s001]Os feirantes da Cidade Operária já comemoraram a liminar que obriga o Governo do Estado a reformar o principal mercado público do bairro. Ontem, eles voltaram a se reunir, no auditório da Escola São José Operário, com a Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Legislativa, para discutir outros pontos, que ainda ficarão por resolver, mesmo que a feira seja entregue completamente renovada. “O que queremos é resultado. Já conseguimos alguns, mas vamos conquistar mais. Essa audiência discute alguns dos maiores problemas da feira e vamos cobrar dos poderes públicos as soluções”, ressaltou o presidente da Comissão, deputado Adriano Sarney (PV).

Adriano Sarney esteve na audiência acompanhado do deputado Wellington do Curso e contou ainda com a presença de representantes do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae-MA), Prefeitura de São Luís, Governo do Estado e os feirantes.

Esta foi a terceira audiência pública realizada pela comissão, para discutir exclusivamente o problema de um dos maiores mercados públicos do estado.

Pedido de ajuda
Maria Luiza Pereira Lopes, feirante na Cidade Operária, conta que tudo começou com um grupo de comerciantes da região que se reuniu para pedir melhorias no local. Unidos, foram até o deputado Adriano Sarney, que se prontificou em ajudá-los. “O primeiro passo já conseguimos, que foi a reforma. Agora, faltam as outras coisas”, explicou a feirante.

Entre essas “outras coisas” está a segurança. Segundo Maria José Sou­sa Silva, uma das organizadoras do movimento, somente este ano, oito pessoas foram assassinadas dentro da feira. E há os viciados em drogas, principalmente crack, que rondam o local, e até mesmo se apossam de pontos abandonados para consumir entorpecentes ao ar livre, enquanto incomodam os clientes e comerciantes. “A marginalização é gran­de. O quartel entrou em reforma e os policiais sumiram. Não se vê um único PM em toda a feira”, argumen­tou a feirante.

[e-s001]O quartel a que Maria José se refere é o 6º Batalhão de Polícia Militar, a unidade ficava bem ao lado da feira, mas encontra-se em reforma que se arrasta por vários me­ses.

A questão da segurança, inclusive, foi muito discutida pelo deputado Adriano Sarney, visto que essa foi a terceira audiência realizada e em nenhuma delas houve a participação de um membro da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Dessa vez, o representante do quartel até teria ido ao local da audiência, mas acabou desistindo de participar, por causa do atraso no início das atividades.

Por causa disso, Adriano Sarney afirmou que fará uma nota de repúdio à SSP. “Queremos saber se a força policial do Maranhão está virando as costas para a feira da Cida­de Operária. A segurança esta desrespeitando o povo e a Assembleia Le­gislativa”, asseverou o deputado, sob o aplauso dos presentes.

Reforma
No começo deste mês, o juiz Clésio Coelho Cunha, respondendo pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, determinou que o Estado do Maranhão tem prazo de 30 dias para divulgar o programa e o cronograma de reforma da feira da Cidade Operária.

Na sentença, o magistrado determinou também ao Estado a previsão, no orçamento de 2016, da verba necessária para a referida reforma. A multa diária, em caso de descumprimento, é de R$ 2 mil. A decisão judicial atendeu ao pedido de antecipação de tutela em Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público Estadual (MP) em desfavor do Esta­do, em razão da constatação das péssimas condições do mercado.

O resultado da sentença foi divulgado após um grupo de feirantes, liderados pelo deputado Adriano Sarney, realizar uma visita ao juiz e expor todos os problemas vivenciados.

[e-s001]E foram diversas as irregularidades, entre elas a péssima estrutura do prédio principal, falta de limpeza e higiene, dentro e fora do mercado, presença de insetos e demais animais, como ratos, urubus, gatos e cães, acometidos de doenças, esgotos a céu aberto, mau cheiro e a frequência constante de usuários de drogas.

Ainda existe o problema da ocupação desordenada do entorno da feira. Hoje, todas as ruas laterais, e até as mais distantes, estão ocupadas por feirantes, que saíram de den­tro do mercado coberto, justamente por falta de estrutura.

O deputado Wellington do Curso, que acompanha os problemas das feiras na capital e participou da audiência, ressaltou ainda que muito desses problemas são efetivamente descaso do poder público. “Comecei a trabalhar desde cedo e, enquanto feirante, adquiri lições que carrego até hoje. Infelizmente, percebemos o descaso da Administração para com as feiras e, por conseguinte, com os trabalhadores maranhenses. É preciso que o feirante tenha um local de trabalho com as condições básicas e o mínimo de dignidade que o permita desenvolver a sua função”, destacou.

SAIBA MAIS
Amigos do Bairro

“Bem vindos à nossa casa e abrace a nossa causa”, esse é o lema do Grupo Amigos do Bairro, que deu início às conversas para conseguir a reforma da feira da Cidade Operária. De acordo com a feirante Maria José Sousa, a “Zezé”, qualquer pessoa que queira fazer parte do grupo é bem vinda, independente de sua posição ou caráter político, basta apenas querer melhorias para a localidade. “O deputado Adriano Sarney, por exemplo, hoje é um amigo do bairro. Você pode ser um amigo do bairro. Basta se mostrar interessado”, explanou.

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