BRASÍLIA – A carta encaminhada pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) à presidente Dilma Rousseff (PT) na noite de segunda-feira, provocou forte repercussão na política nacional e abalou o Palácio do Planalto.
Temer apontou, na carta, desconfiança do governo em relação a ele e ao PMDB, se mostrou chateado com a falta de espaços no Executivo, deixou em evidência também não concordar com o tratamento que tem recebido por parte da presidente.
Após o conteúdo da carta ter vazado, a assessoria da Vice-Presidência da República, ponderou, contudo, que Temer não propôs rompimento com o governo, mas sim defendeu a “reunificação do país”.
"Ele rememorou fatos ocorridos nestes últimos 5 anos, mas somente sob a ótica do debate da confiança que deve permear a relação entre agentes públicos responsáveis pelo país. Não propôs rompimento entre partidos ou com o governo. Exortou, pelo contrário, a reunificação do país, como já o tem feito em pronunciamentos anteriores. E manterá a discussão pessoal privada no campo privado", completou a assessoria.
A mensagem, segundo a assessoria foi enviada em "caráter pessoal" e "em face da confidencialidade", Temer "surpreendeu-se com sua divulgação".
Racha – Apesar disso, o governo avaliou que a carta representa exatamente o descolamento político que pode levar à ruptura do vice com a presidente. Além dos adjetivos usados e episódios relatados na carta, chamou a atenção o fato de ele ter afirmado, em uma entrevista, que há, sim, fundamento jurídico para o acolhimento ao pedido de impeachment feito por Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara Federal.
Para o governo, Temer está claramente se posicionando no tabuleiro político como um polo de poder - o que faltava até aqui.
Ontem, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou que a carta enviada pelo vice-presidente, Michel Temer, à presidente Dilma Rousseff, é pessoal, e representa apenas um desabafo.
“A carta é um documento institucional importante, porque é uma carta de um vice-presidente para uma presidente da República, mas não é um documento coletivo, partidário, político, é uma carta pessoal de desabafo”, afirmou.
Questionado sobre o impacto da carta de Temer dentro do PMDB, Renan Calheiros defendeu que o partido tem de participar do governo com um "fundamento programático", para que a discussão não seja em torno de cargos, prestígio e confiança.
"[O PMDB] é um partido grande, que não tem dono, mas a sua presença no governo tem de ser programática. O PMDB tem que participar do governo em torno de uma coalizão que tenha fundamento programático, porque, se não, a discussão vai voltar para ser essa coisa de cargo, prestigiou, não prestigiou, confia, não confia. Eu acho que isso não qualifica nem o partido, nem a política brasileira", finalizou.
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