Quilombolas

Quilombolas de Bequimão superam problemas graves

Prefeitura de Bequimão aposta no progresso dos antigos quilombos e hoje dotou as comunidades históricas de estradas, transporte escolar e políticas públicas de qualidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
Crianças de áreas remanescentes de quilombos, em Bequimão, estão sendo preparadas para o futuro
Crianças de áreas remanescentes de quilombos, em Bequimão, estão sendo preparadas para o futuro (Crianças)

Bequimão - O município de Bequimão, localizado no Litoral Ocidental Maranhense, tem 19 comunidades quilombolas. Somente 11 possuem certificados da Fundação Cultural Palmares. Oito áreas remanescentes de quilombos ainda lutam para conquistar o selo de certificação.

As famílias dessas comunidades estão superando situação de racismo, uma vez que estão sendo resgatadas, pela administração municipal, de condições desfavoráveis, como menor expectativa de vida, maior taxa de mortalidade e risco de adoecer e morrer por doenças evitáveis.

As crianças quilombolas viviam expostas aos ambientes de pobreza, desnutrição, renda familiar baixa, negligência, abuso, discriminação e difícil acesso às políticas públicas, nas áreas de educação e saúde, o que ocasionou baixo rendimento escolar e limitação das habilidades sociais e cognitivas.

A Prefeitura de Bequimão aposta no progresso dos antigos quilombos e hoje dotou as comunidades históricas de estradas, transporte escolar e políticas públicas de qualidade. Uma outra medida que o prefeito Zé Martins (PMDB) tomou para elevar os índices de qualidade de vida dessas comunidades foi a promoção da Semana do Bebê Quilombola.

Ações, palestras e projetos estão sendo desenvolvidos, desde 2013. A Semana do Bebê Quilombola é um evento cujo objetivo é informar os quilombolas. É composto por uma série de atividades diferenciadas, rodas de conversas e oficinas, envolvendo todas as famílias quilombolas do município, além das ações multissetoriais desenvolvidas no decorrer do ano pela Secretaria de Cultura & Igualdade Racial de Bequimão.

A Semana do Bebê Quilombola tem como estratégia a mobilização social com vistas a contribuir com a proteção, os cuidados e o desenvolvimento de crianças até 6 anos, a chamada primeira infância. O evento, realizado no fim de novembro, ainda repercute no município.

“É responsabilidade de gestores, líderes comunitários, famílias e dos governos trabalharem e cuidarem do desenvolvimento de crianças de até 6 anos para que a gente possa ter um adulto saudável e integrado no mundo social e do trabalho. Aqui em Bequimão estamos vendo os resultados positivos, isso nos emociona, mas ao mesmo tempo nos impulsiona para lutar pelos quilombolas”, destacou Gisele Padilha, coordenadora de projetos sociais da Fundação Josué Montello.

O prefeito Zé Martins explicou que as ações multissetoriais desenvolvidas no decorrer dos últimos três anos atendem a indicadores propostos pelo Unicef. “Estamos conseguido cuidar melhor das crianças quilombolas de Bequimão graças ao trabalho dos profissionais da saúde, educação, esporte, desenvolvimento social e igualdade racial, além das famílias quilombolas. Nosso papel é cuidar”, disse.

Indicadores

O município de Bequimão conseguiu melhorar alguns indicadores de impacto social: reduziu a mortalidade de crianças e adolescentes por causas externas, crianças de até 1 ano possuem registro civil e houve redução do número de óbitos materno.

“Estamos vencendo um desafio de dimensão grandiosa, que é cuidar de um grupo historicamente menos privilegiado que são as crianças quilombolas. Agradeço o apoio do Unicef, da Fundação Josué Montello e um agradecimento especial ao Governo do Estado, que muito contribui com Bequimão. Mas não posso deixar de ressaltar o grande empenho da ex-governadora Roseana Sarney, que muito contribuiu para o nosso município”, ressaltou o prefeito.

A cada edição da Semana do Bebê Quilombola é escolhida uma criança nascida durante o evento para ser prefeito (a) da cidade, para um “mandato” de um ano. O prefeito (a) mirim ganha um enxoval completo e atendimento prioritário nos serviços públicos do município, além da chave da cidade. A prefeita Lara Rafisa, moradora da comunidade Ramal de Quindiua, passou o cargo para Hugo Levi.

Mais

Meta é a inclusão total das áreas quilombolas

A secretária de Cultura e Igualdade Racial de Bequimão, Dinha Pinheiro, que acompanhou as atividades em todas as comunidades, explicou sua satisfação em poder colaborar com o desenvolvimento do município, incluindo os antigos quilombos. Para a gestora as metas foram alcançadas e a conseqüência é a redução da mortalidade infantil, redução do sub-registro civil e a morte sem causa e nascimento sem pré-natal. Agora, a principal meta é vacinar imunizar as crianças quilombolas de doenças evitáveis.

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