Então, é Natal!

Papai Noel da solidariedade presenteia as crianças

Há 11 anos, Fernanda Fernandes é Nanda Noel; no Bequimão, Lizete Muniz faz o Natal da Vovó Bibita e entrega presentes a carentes

Jock Dean/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

[e-s001]É difícil imaginar alguém que, na infância, não te­nha escrito uma carta ao Papai Noel. Com aque­la caligrafia um pouco torta, as cartinhas de fim de ano representam uma das fases mais lúdicas do universo infantil. Para manter viva essa tradição e a presença do Bom Velhinho no imaginário infantil, há 11 anos a enfermeira Fernanda Fernandes se transforma em Nanda Noel e sai pela cidade fazendo a alegria das crianças. Mesmo sem o traje de Papai Noel, a artesã Lizete Muniz também não deixa crianças sem presentes nesta época do ano.

No Natal de 2005, Fernanda Fernandes, na época técnica de enfermagem do Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos (Hospital da Criança), na Alemanha, perguntou a uma das crianças internadas se ela já havia pedido seu presente ao Papai Noel. “Ela me disse que Papai Noel não gosta de crianças doentes, pois ele nunca vai ao hospital”, lembrou a enfermeira. Naquele ano, com recursos próprios, ela se transformou no Papai Noel das crianças da unidade de saúde e não parou mais.

Mas não é fácil ser Papai, quer dizer, Nanda Noel. Este ano, a agen­da da Mamãe Noel de São Luís começa no dia 12 e só termina na noi­te do dia 24. Até lá, além de visitar o Hospital da Criança, o Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II), onde trabalha atualmente, e o Asilo de Mendicidade, ela vai passar por diversos bairros carentes. “Minha maior satisfação é poder resgatar o sorriso de quem está doente, por isso faço esse trabalho. A dedicação é tanta que eu não participo da ceia com minha família”, contou.

Mas, para manter esse trabalho, Nanda Noel conta com a ajuda da família, amigos, comerciantes da capital e da solidariedade de outras pessoas, que contribuem para que ela possa distribuir brinquedos, lanches e outros donativos em to­das as visitas que faz. “Por ano, a gente beneficia muito mais de mil pessoas, por isso que precisamos de toda a ajuda que pudermos receber. Teve um ano em que eu fiz uma visita na Cidade Olímpica e o número de crianças foi muito superior ao que eu esperava. Doei tudo o que tinha na minha casa e no dia seguinte tive de correr atrás de mais brinquedos, pois eu dou algo a todas as crianças com que encontro nos meus trajetos”, disse.

[e-s001]Mudando a realidade
Com o mesmo espírito de dedicação, a artesã Lizete Muniz organiza o Natal da Vovó Bibita. A ação começou quando ela se mudou da Ponta do Farol para o Bequimão e conheceu a realidade pobre de comunidades do entorno do novo endereço. “Então, comecei a guardar e a reformar brinquedos arrecadados da própria família, mas com o tempo isso ficou insuficiente e começamos a comprar brinquedos, já que nossa família é muito grande e todos se envolvem. Hoje, além dos nossos recursos e de amigos, contamos com doações de outras pessoas”, informou.

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A campanha feita por Lizete Muniz ficou conhecida como Natal da Vovó Bibita por causa de sua sogra, que doava o 13º salário para que ela pudesse comprar presentes para distribuir para as crianças. Por ano, ela realiza o sonho de Natal de cerca de 300 crianças, que são cadastradas previamente. Este ano, mais de 220 meninos e meninas já estão na lista de presentes da artesã. “Mas sempre tem outras que vêm e infelizmente eu tenho de deixar ir embora porque não posso me comprometer com um número muito grande de crianças. Se sobram brinquedos, depois do Natal, nós entregamos a outras crianças que tenham vindo aqui, mas que não cadastramos”, informou.

Além de brinquedos, ela distribui lanche a todas as crianças que vão até sua casa, e é essa a preocupação dela para este ano, pois a quantidade de comida doada até agora não é suficiente. “Ainda estamos precisando de brinquedos para presentear as mais de 200 crianças que cadastramos, mas recebemos bem menos doações de lanches, pois fazemos kits com guloseimas para elas levarem para casa com seu presente e há uma mesa para que se sirvam aqui, enquanto aguardam para receber o brinquedo”, comentou.

Apesar das dificuldades, ela não abre mão de manter seu trabalho. “Eu não faço esse trabalho para aparecer, faço por causa das crianças. Este ano, por causa do falecimento de um irmão, a família ficou abalada, eu até pensei em não fazer, mas as crianças vêm bater na mi­nha porta. Então, estamos nos mobilizando, e com fé em Deus tudo vai dar certo”, declarou.

VOCÊ TAMBÉM PODE CONTRIBUIR:
Para contribuir com Nanda Noel basta entrar em contato pelos telefones (98) 98865-8034 ou 3257-2572.
Doações para o Natal da Vovó Bibita basta ligar para (98) 99158-5039/ 99621-9166 ou 98827-0228.

Você pode ajudar também: Em São Luís, há instituições que precisam o ano todo de doações como brinquedos, alimentos, vestuário, roupa de cama, mesa e banho, produtos de higiene pessoal e limpeza entre outras. Se quiser saber mais sobre o trabalho delas e como ajudar, basta entrar em contato pelos números abaixo:
Fundação Antônio Dino – Hospital do Câncer Aldenora Bello: (98) 3089-3049
Lar de José: (98) 3302-7852
Asilo de Mendicidade: (98) 3227-1214
Fundação Antonio Brunno Pessoa Sousa: (98) 3181-0016/ 98825-5472/ 98296-2329

[e-s001]URSO NOEL
Quem passa pela Avenida Joaquim Mochel, no Cohatrac IV, não tem como não reparar em um urso polar de pelúcia gigante, vestido de Papai Noel. Em tempo de redes sociais, o urso foi a forma encontrada pela estudante de Psicologia Rellciane Oliveira e seus amigos de curso para chamar a atenção das pessoas para uma causa importante: a precariedade em que vivem as famílias que vivem no Residencial Nova Vida, comunidade carente da área do Cajupe, localidade que fica depois do bairro Santa Bárbara, em São Luís. Ela e os amigos estão arrecadando brinquedos, roupas, calçados, produtos de higiene e limpeza, utensílios domésticos e outros donativos para estas famílias. Quem quiser fazer doações pode entrar em contato pelos telefones (98) 98918-5891 e 99995-5219.

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