As razões de Padilha

O ministro Eliseu Padilha decidiu deixar a Aviação na quarta, quando soube pelo DO que o seu indicado para a Anac tinha sido excluído em favor de um nome do senador Raimundo Lira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

O ministro Eliseu Padilha decidiu deixar a Aviação na quarta, quando soube pelo DO que o seu indicado para a Anac tinha sido excluído em favor de um nome do senador Raimundo Lira (PMDB). Na quinta, após a reunião ministerial do impeachment, esperou por 1h30m para ser recebido por Wagner. E nada. Saiu e avisou que ficaria até às 20h, no seu gabinete, aguardando contato. E não ligaram. Já estava irritado porque sua pasta não tinha recursos.

Estado de espírito

Ministros do PMDB não estão empolgados com a ideia de abandonar o governo. Eduardo Braga (Energia) foi seco: “Não”. Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) foi enfático: “Reafirmo a disposição de lutar contra o impeachment”. Henrique Alves (Turismo) estufou o peito: “Rsrs! Veja o Twitter que dei agora. É do que estou cuidando”. Nele, informa que trata da isenção de vistos na Rio 2016. Kátia Abreu (Agricultura) se divertiu: “Não. Só se ganhar as contas. Rsrsrs”. Helder, ministro de Portos, é filho de ardoroso aliado do governo, o senador Jader Barbalho. O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) foi sereno: “Só vou falar com ele (o demissionário Eliseu Padilha) na segunda”.

“Se eu estivesse conspirando pelo impeachment, não promoveria reuniões à luz do dia, nem elas seriam no Palácio do Jaburu” Michel Temer, Vice-presidente da República
Os articuladores

Foram os senadores Waldemir Moka e Ricardo Ferraço, da ala oposicionista do PMDB, que organizaram o almoço no Palácio do Jaburu na quarta. O vice Michel Temer recebeu em sua mesa senadores do PSDB e do DEM.

Buscando aval

O tucano José Serra foi o principal formulador do documento de senadores do governo e da oposição que pedia o desfecho imediato do processo de impeachment. Há meses, ele sustenta que o governo está inerte, enquanto a economia do país se deteriora. O texto foi submetido ao vice Michel Temer, na quarta, e não trata das eleições de 2018.

Morreram na praia

Dissidentes do PMDB tentaram destituir o líder Leonardo Picciani. Não querem que somente aliados do governo integrem a Comissão do impeachment. Foram atrás de Leonardo Quintão, que tem um acordo para suceder Picciani.

180 graus

Na quinta, às 12h, o líder do PSDB, Carlos Sampaio, dizia: “Não pode haver férias. Impeachment não é compatível com férias parlamentares”. Oito horas depois, cravou: “O governo quer aproveitar o Natal e o Ano Novo para dificultar a mobilização. É uma manobra para ‘matar’ o impeachment. É inaceitável”.

De malas prontas

A oposição não está preocupada no caso do Congresso não entrar em recesso. Não creem que o processo do impeachment será acelerado, pois os deputados já programaram férias em família.

Congestionamento

São seis os candidatos a liderar o PSDB da Câmara em 2016. Desses, Marcus Pestana (MG) é próximo de Aécio Neves. Jutahy Magalhães (BA) é apóstolo de José Serra. Antônio Imbassahy (BA) é ponte com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

MOTIVO. Um dos líderes da oposição diz por que o impeachment não pode ser decidido em janeiro: “A classe média, que vai às ruas, estará de férias”.

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