O falso advogado Ronnyere Fonseca de Amorim, de 35 anos, foi preso pelos homens da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), acusado de aplicar golpes em São Luís, e há a possibilidade de ter feito vítimas no interior do Maranhão e em Teresina. Segundo a polícia, ele se passava por advogado e oferecia serviços de assessoria jurídica, principalmente a empresas e a condomínios residenciais. Em troca, recebia pagamentos que variavam entre R$ 4 mil e R$ 12 mil. Teria, inclusive, acompanhado clien­tes em audiências na Polícia Federal e no Ministério Público, mas a PF negou que isso tenha ocorrido. Até o momento, oito pessoas de São Luís afirmaram terem sido vítimas do golpe, que, segundo a polícia, rendeu mais de R$ 500 mil ao acusado em quatro meses.

Ronnyere Fonseca foi apresentando ontem à imprensa em coletiva, na sede da Seic, e contra ele havia um mandado de prisão por estelionato e extorsão. O delegado Thiago Bardal disse que o falso advogado teria feito contrato com a administradora de um condomínio residencial, no Araçagi, para prestar serviço jurídico por R$ 4 mil e ainda recebeu R$ 2 mil.

Na manhã de quarta-feira, 2, a administradora do condomínio foi ao Fórum do Calhau, onde descobriu que teria caído em um golpe, e de imediato acionou a polícia. À noite, os policiais prenderam o acusado quando ele iria receber da vítima mais R$ 2 mil e tinha como ponto de encontro a porta do referido condomínio, no Araçagi.

Segundo Thiago Bardal, durante a abordagem Ronnyere Fonseca apresentou aos policiais uma carteira de advogado expedida pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Piauí (OAB/PI), mas, durante o interrogatório, declarou que tinha comprado o documento por R$ 20 mil, na cidade de Teresina.

A polícia constatou que a carteira tinha apenas a foto do criminoso, mas o número da OAB era de uma outra pessoa. Ele vai responder pe­los crimes de estelionato, falsidade ideológica, extorsão e uso de documento falso.

Outros golpes - O delegado informou ainda que Ronnyere Fonseca cursou dois períodos de Direito em uma faculdade particular da capital e estagiou em um escritório de advocacia, no qual obteve conhecimentos na área jurídica para aplicar golpes, principalmente em São Luís.

Bardal frisou que um dos primei­ros golpes aplicados pelo falso advogado aconteceu há quatro meses, segundo ocorrência registrada por uma das vítimas. Nesse caso, Ronnyere Fonseca procurou um empresário, de nome não revelado, para prestar serviços jurídicos a seu empreendimento comercial, e afirmou que, como conhecia funcionários do Tribunal de Contas da União (TCU), iria facilitar o andamento de seus processos. Pelo serviço, a vítima pagou R$ 12 mil ao criminoso, que tomou rumo ignorado.

De outra vítima, de nome não revelado, o falso advogado recebeu R$ 4 mil por consultoria jurídica a um condomínio, em São Luís. Segundo Thiago Bardal, ele também fez compras em uma loja de confecções, na capital, se passando por delegado da Polícia Civil de Pedreiras.

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