Dependência química

Conselho Antidrogas dialoga sobre violência

Próximos encontros acontecem em escolas públicas da Cidade Operária, Vila Embratel e Cidade Olímpica; intenção é a prevenção do uso de drogas lícitas e ilícitas, com a discussão de sugestões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

Acontece hoje na Vila Esperança mais uma roda de diálogo do Conselho Municipal Antidrogas (Comad). A atividade é uma das ações realizadas pelo conselho no combate ao avanço das drogas em São Luís. O encontro tem como objetivo trabalhar a prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas, discutin­do sugestões de políticas públicas.

Essa é a segunda roda de diálo­go realizada pelo Comad. A primeira aconteceu no Coroadinho, na UEB Rubem Almeida. Professores e alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) assistiram às palestras e participaram colocando perguntas, opiniões e sugestões de melhorias para a segurança do bairro.

Na oportunidade, o delegado Joviano Furtado apresentou o Programa Crack é Possível Vencer, e o tenente-coronel Jorge Araújo, do Comando de Segurança Comunitária e presidente do Comad, explicou as ações desenvolvidas pelo conselho. O conselheiro Erisson Lindoso, que tam­bém é coordenador da Re­de Maranhão Contra as Drogas, compartilhou com os jovens e adultos como conseguiu deixar o mundo das drogas.

Como Erisson Lindoso explicou, as atividades foram planejadas a partir de uma necessidade de intervenção nas escolas, por causa da crescente onda de violência, que muitas ve­zes está associada com o tráfico de drogas. Foram planejados cinco encontros em diferentes comunidades, que registram altos índices de violência.

Hoje, a roda de diálogo será no Centro de Ensino Lúcia Chaves, na Vila Esperança, a partir das 9h. Os próximos encontros acontecem na Ci­dade Operária, Vila Embratel e Cidade Olímpica. Nesses locais, também será forma­da uma comissão de criação para um fórum sobre drogas e violência assim como aconteceu no Coroadinho.

Prevenção
Erisson Lindoso ressaltou que o Comad também desenvolve outras ações, como palestras de prevenção, fiscalizações em parceria com o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) e mantém parceria com igrejas, como a Igreja Batista do Angelim, para o encaminhamento de dependentes químicos em situação de rua para comunidades terapêuticas.

Hoje, ele é conselheiro municipal e leva aos jovens o seu testemunho do período de sua vida em que foi usuário de drogas. Ele lembrou que era filhos de pais separados e teve problemas em aceitar a situação. Com 16 anos, começou a usar maconha, o que deu abertura ao uso de drogas mais fortes e o levou para as ruas. “A partir da maconha, me envolvi com bebida, solventes e crack. Saí de casa e passei a viver de mendicância no Centro Histórico de São Luís”, recorda.

Foram várias tentativas de recuperação. Na terceira vez, ele foi encaminhado para uma comunidade terapêutica, em que conseguiu finalmente “se curar”, e decidiu atuar na prevenção das drogas, com o objetivo de alertar os jovens sobre os perigos que estão por trás das drogas. “A recuperação é muito difícil. Assim como lidar com as emoções externas e internas. A ansiedade e os ‘nãos’ fazem buscar a droga. A aceitação da família e da sociedade também são alguns fatores”, destaca.

A coordenadora executiva do Comad, Maria Nazaré Jansen, ressaltou que a prevenção deve ser não só por parte do jovem, mas também da família. “Muitas vezes, o pai culpa o gestor público, mas não faz sua parte. Os pais devem ficar atentos ao comportamento de seus filhos. É preciso examinar a bolsa dele quando chega ou vai pa­ra o colégio”, disse.

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