Semana do Bebê

Bequimão tem ações voltadas para quilombolas

São promovidas atividades nas áreas de saúde, cultura, educação e esporte com objetivo de valorização étnica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
Roda de leitura para crianças é uma das atividades desenvolvidas em comunidade quilombola em Bequimão
Roda de leitura para crianças é uma das atividades desenvolvidas em comunidade quilombola em Bequimão (Semana do Bebê Quilombola)

BEQUIMÃO - Iniciada ontem no município de Bequimão, na Baixada Maranhense, a 3ª Semana do Bebê Quilombola. O evento aborda o direito, a sobrevivência e o desenvolvimento da criança quilombola e visa a garantia dos direitos dos menores de até 6 anos de idade, pertencentes a comunidades remanescentes de quilombos, onde viviam os escravos.

A Semana é promovida pela prefeitura municipal, em parceria com instituições como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Governo do Estado do Maranhão e a Fundação Josué Montello. A abertura oficial das atividades aconteceu no salão paroquial da Igreja de Santo Antônio, na Rua Vitorino Freire. Ao mesmo tempo, o evento foi aberto também nas 11 comunidades participantes.

Estão sendo desenvolvidas ações voltadas à educação e cultura, com atividades lúdicas como contação de histórias e construção de brinquedos, rodas de diálogos e oficinas de percussão; assistência social, com oficinas artesanais para mulheres; saúde, com dicas de prevenção de acidentes na primeira infância e amamentação; e esporte, com atividades envolvendo crianças e adultos. Cinema nas comunidades, torneio de futebol infantil, vacinação e uma série de outras atividades ainda fazem parte da programação que se estende até o próximo dia 30, sempre com foco na preservação da cultura quilombola.

População - Segundo dados do Centro de Cultura Negra do Maranhão, existem no estado 527 comunidades quilombolas, distribuídas em 134 municípios. Em Bequimão, 11 comunidades são reconhecidas oficialmente como sendo originárias de escravos: Ramal de Quindiua, Santa Rita, Mafra, Ariquipá, Rio Grande, Sibéria, Marajá, Pericumã, Sassuir, Juraraitá e Conceição. Hoje cerca de 1.500 famílias quilombolas residem na zona rural do município, que tem quase 70% de sua população negra.

Segundo a coordenadora de Projetos Sociais da Fundação Josué Montello, Gisele Padilha, o evento é de extrema importância pois além de promover ações específicas para a melhoria da qualidade de vida dessas comunidades figura como uma ferramenta para a preservação e fortalecimento de sua própria identidade.

A ação - A Semana do Bebê Quilombola foi concebida como uma estratégia de mobilização social para tornar prioridade o direito das crianças na primeira infância. Fase que vai até os 6 anos de idade e quando o processo de desenvolvimento é mais intenso e também uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo. É nessa etapa da vida em que o cérebro absorve todas as informações de forma mais duradoura.

A proposta então foi aproveitar o modelo da Semana do Bebê, realizada no Brasil pelo Unicef e, a partir dela, desenvolver um novo formato, de acordo com a identidade e necessidades das comunidades quilombolas.

A intenção foi criar condições para que os gestores municipais de políticas públicas, vereadores, lideranças políticas e comunitárias, entidades da sociedade civil, empresas, líderes religiosos, servidores públicos, comunidades quilombolas e sociedade em geral, pudessem refletir e agir a partir da temática abordada. Assim, através da Lei Municipal nº 09/2013, foi instituída em Bequimão a Semana do Bebê Quilombola.

Mais - Bequimão também já está entre os municípios que assinaram o termo de adesão ao Selo Unicef Município Aprovado, iniciativa que pretende incentivar os municípios da Amazônia Legal a implementar ações para garantir direitos e melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes.

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