Processo

Relator do caso Cunha diz ter sofrido ameaça de morte

Fausto Pinato diz que recebeu ameaças anônimas sobre sua família e pediu proteção do comando da Câmara Federal, garantido pelo próprio presidente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
(Fausto Pinato, deputado ameaçado)

Brasília - O relator do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Câmara, Fausto Pinato (PRB-SP), revelou ontem ter sofrido ameaças anônimas.

Em uma reunião fechada no início da tarde, Pinato relatou a um grupo de cerca de nove deputados que sofreu ameaças na semana passada e que pediu proteção policial ao governo do Estado de São Paulo. Segundo participantes da reunião, Pinato contou que, na quinta-feira anterior, ao retornar de Brasília para São Paulo, seu motorista, que o aguardava no aeroporto da capital paulista, contou ter sido abordado por um homem que bateu no vidro do carro e lançou a ameaça.

“ Diga para seu chefe que, se ele for inteligente, ele pode se dar muito bem. Ele não devia mexer com essa coisa de Conselho de Ética, tem uma família tão bonita e deveria preservá-la”, disse o homem, segundo os deputados que presenciaram o relato de Pinato.

Denúncias - O presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), afirmou que pediria à Polícia Federal proteção para Pinato. Na reunião, o relator também afirmou estar recebendo "recados" de diversos lados, até mesmo de grandes empresários. Ele estaria sendo questionado sobre o que pretende fazer no conselho e orientado a "pensar bem" sobre como proceder em relação a Cunha.

Após a denúncia se tornar conhecida, o próprio presidente da Câmara se antecipou a Araújo e solicitou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, instauração de inquérito policial destinado a apurá-la. O ministério informou que o pedido será analisado pela área técnica da pasta para o devido encaminhamento.

No ofício, Cunha solicita ainda que Pinato e seus familiares sejam colocados sob proteção policial. Aliados de Cunha avaliam que o desdobramento dessa denúncia será decisiva para sua situação. Caso seja comprovada, constituirá uma espécie de "atestado de óbito" do peemedebista.

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