Livro

Viagem Iconográfica

Obra “Pregoeiros & Casarões”, do pesquisador e professor Antonio Guimarães de Oliveira, traz fotografias antigas retratando a visa social de diferentes épocas no Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53

Folhear “Pregoeiros & Casarões”, terceiro livro da série de fotografias antigas do professor e pesquisador maranhense Antonio Guimarães de Oliveira, é fazer uma viagem cultural e nostálgica pela história do Maranhão e de sua gente. São 2.345 imagens de diferentes épocas, divididas em 700 páginas, ao longo de 44 capítulos, basicamente dos anos de 1950 até 1979. Os autores dos registros são fotógrafos no exercício de sua atividade profissional, muitos dos quais já falecidos, mas que captaram momentos que ficariam para a eternidade.
As fotografias são legendadas e a maioria delas é datada. A obra foi campeã de vendas na mais recente edição da Feira do Livro de São Luís, realizada na Praia Grande. O autor comercializou dois mil exemplares, alguns deles adquiridos por faculdades particulares para serem incorporados aos acervos de suas bibliotecas e, certamente, despertarão, principalmente, o interesse de acadêmicos de cursos como História, Arquitetura e Comunicação.
Trata-se de uma preciosidade, uma vez que reúne imagens publicadas em jornais locais e também reproduzidas de acervo pessoal de famílias maranhenses, anônimas ou ilustres. Como é tesoureiro da Associação dos Cartofílicos do Brasil, com sede no Rio de Janeiro, Antonio Guimarães de Oliveira conseguiu reunir raridades a partir do trabalho de coleta de material de posse de diversos colecionadores. O livro traz bilhetes postais, cartões fotográficos simples e colorizados e as tradicionais fotografias.
Em suas folhas, é possível resgatar, por exemplo, passagens de vida de personalidades que marcariam a história social, política e empresarial do Maranhão, como uma das que aparecem na página 49, sob o título “Estivadores & Braçais Marítimos”. Lá, está o cartão fotográfico emitido pelo fotógrafo Dreyfus Azoubel mostrando o estivador Moacir Neves (que depois viria a se tornar empresário) carregando toneis de óleo na fábrica Carioca. Era o dia 6 de agosto de 1954. Outra, na página 287, estampa o presidente Ernesto Geisel, o governador Nunes Freire e Fátima Silva Fonteneles, então secretária de Estado de Educação, durante a inauguração do campus Paulo VI da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). É o registro da visita do presidente da República e de outras autoridades, as quais se deslocaram várias vezes a bordo do bonde dentro do campus.
Personalidades como José Sarney, Vitorino Freire, Pedro Neiva de Santana, Newton Bello, Mauro de Alencar Fecury e as famílias Murad, Gandra, Dino e Bello aparecem em suas páginas. Uma das fotos traz Assis Chateaubriand andando na Rua Grande, no dia 9 de abril de 1955, em plena campanha eleitoral para senador. O livro faz ainda um resgate de diversos movimentos sociais, como as históricas greves e revoltas: a Greve de 1951, a Operação Gavião de 1975, a Greve da Meia Passagem de 1979, entre outras.

Mote
Antonio Guimarães de Oliveira nasceu no povoado Lago Limpo, município de Lago Verde, em 1961. Ele é professor de História, Teologia, Filosofia e Ética. Tem outros livros publicados, entre eles, “O Algodão no Mearim” (uma análise acerca do algodão pelo enfoque sobre os migrantes nordestinos que se instalaram nas cidades do vale daquele rio, evidenciando o plantio e a comercialização do “ouro branco”), “Artigos Diversos” (coletânea de artigos e crônicas sobre o atual cenário econômico e o ser humano, sendo o principal questionamento o papel desse ser complexo, com textos publicados em jornais) e “O Parto da Insônia” (obra que retrata a angústia diante de fatos e eventos que roubam o sono. O autor, antenado ao cotidiano, sofre com a qualidade de vida do ser humano.
Oliveira nasceu no povoado Lago Limpo, Lago Verde, em 1961. É professor de História, Teologia, Filosofia e Ética. Já lançou livros como “O Algodão no Mearim”, “Artigos Diversos”, “O Parto da Insônia” e “O Arquivista Acidental”. Ocupa a Cadeira 32 da Academia Maranhense Maçônica de Letras, cujo patrono é o escritor e músico João Batista Lopes Bogéa.

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