Queimadas

Maranhão ultrapassa os 22 mil focos de incêndios em 2015

Estado é o 3º em ranking nacional e estudo feito nos EUA aponta que aquecimento das águas dos oceanos é o principal problema

Eduardo Lindoso / O Estado Online

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
Pontos azuis no mapa do Inpe mostram focos de quimadas no Maranhão
Pontos azuis no mapa do Inpe mostram focos de quimadas no Maranhão

SÃO LUÍS – O Maranhão vive um momento delicado com o grande número de queimadas que consomem as áreas verdes do Estado. Comunidades indígenas, produtores rurais e bombeiros se desdobram para tentar conter o problema, que só se agrava. Com 22. 093 mil focos de incêndios em 2015, segundo números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Maranhão é um terceiro estado do país que mais sofre com problema, atrás apenas de Mato Grosso (27.632 focos) e Pará (26.010). Para se ter uma ideia da situação, até às 17h de sexta-feira (30) eram 2.314 focos monitorados em tempo real via satélite, principalmente na região Centro-Oeste maranhense.

Segundo os especialistas, a forte estiagem neste período é o principal agravante. Em um estudo feito no início deste ano baseados em fotos divulgadas pela Nasa (Agência Espacial dos EUA), membros da Universidade da Califórnia afirmaram que águas estão mais quentes na superfície do Oceano Pacífico leva à supressão de chuvas no leste da Amazônia e ao aumento do risco de queimadas. Não por coincidência, Maranhão, Mato Grosso e Pará foram os estados do Brasil apontados pelo estudo como possíveis áreas com maior risco de sentir os impactos do fenômeno, conhecido como El Niño. O documento divulgado pelos cientistas aponta que apenas a parte oeste da Amazônia é influenciada pela temperatura das águas do oceano Atlântico tropical.

Números de queimadas do Maranhão desde 1988
Números de queimadas do Maranhão desde 1988

Área mais castigada

A região Centro-Oeste do estado é uma das mais castigadas. Além de a estiagem causar a morte do gado por falta de pasto, os focos de incêndios no local só aumentam. Amarante do Maranhão (700 quilômetros de São Luís), que fica no Oeste maranhense, é a cidade como maior número de casos em todo o país, com 92 focos registrados, segundo o Inpe. Mais três cidades do Maranhão - Arame (57 focos), Mirador (41 focos) e Barra do Corda (35 focos) -, encabeçam a lista nacional.

No mês de outubro, 6.746 pontos de queimadas haviam sidos registrados. No ano passado o mesmo mês teve apenas 5.812 casos. O maior pico de queimadas neste período continua sendo em 2005, com 11.244 incêndios.

Ranking das cidades do Maranhão com mais focos de incêndios atualizado no domingo(01)
Ranking das cidades do Maranhão com mais focos de incêndios atualizado no domingo(01)

Fortes impactos

Localizada na região Central do Maranhão, a reserva indígena Arariboia, que fica na Amazônia maranhense, foi umas da área que mais sofreu com o impacto das queimadas neste ano. Dos 413 mil hectares da reserva, 220 mil foram afetados pelas chamas. Na sexta-feira (30), o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), órgão vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou que o incêndio foi controlado na região.

As altas temperaturas e baixa relatividade do ar são os principais combustíveis para as queimadas. O Inpe aponta que 106 municípios maranhenses seguem sobre alerta. Cidades próxima de reserva de Arariboia, Arame, Grajaú, Santa Luzia, Bom Jesus, Amarante e Buriticupu são as mais afetadas com o problema no Estado.

No último levantamento feito no Maranhão, às até às 17h de sexta-feira (30), a cidade de Santa Luzia era a mais afetada pelo fogo. Seguida por Jenipapo das Vieiras e Barrado Corda.

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