Demolição

Construções são destruídas sob a Ponte Bandeira Tribuzi

Operação foi realizada ontem e teve apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal; comerciantes foram notificados para deixar o local, mas reclamaram que não tiveram tempo para encontrar novo espaço

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
Construções são demolidas sob a Ponte Bandeira Tribuzi, com auxílio de retroescavadeira; comerciantes afirmaram ter sido surpreendidos e tiveram de tirar material de dentro dos casebres na hora da derrubada
Construções são demolidas sob a Ponte Bandeira Tribuzi, com auxílio de retroescavadeira; comerciantes afirmaram ter sido surpreendidos e tiveram de tirar material de dentro dos casebres na hora da derrubada

Construções irregulares erguidas debaixo da Ponte Bandeira Tribuzi, na Cam­boa, em São Luís, fo­ram destruídas ontem, em operação realizada pela Blitz Urbana (órgão ligado à Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação – Semurh). No total, 15 casebres que serviam como pontos comerciais foram demolidos ontem. De acor­do com o Ministério Público (MP), local servia também como ponto de comercialização de drogas.

A atividade teve apoio da Polícia Militar (PM) e da Guarda Muni­cipal, que garantiram a seguran­ça. De acordo com o promotor Cláu­dio Cabral Marques, que responde pela Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, a atividade de ontem teve o objetivo de fazer o ordenamento urbano, evitando a ocupação irregular do espaço público.

“São ações integradas para atacar pontos críticos da cidade. Esse é um local onde tem criminalidade, tráfico de drogas e as pessoas se reúnem para consumir bebidas alcoólicas e depois roubar”, disse o promotor. Ele afirmou também que operações semelhantes serão desenvolvidas nos próximos dias.

Notificados
O diretor da Blitz Urbana, Antônio Duarte Farias Neto, afirmou que os comerciantes do local já haviam sido notificados anteriormente de que as construções estavam em situação irregular e que seriam derrubadas.

“O objetivo é retirar essas ocupações irregulares, precárias e insalubres, que estão prejudicando, para a realização de novas obras no local. Vamos limpar a área para que seja feita a urbanização. Eles já foram notificados, dobramos o prazo e agora chegou o momento de executar”, disse Antônio Duarte.

Os comerciantes, porém, afirmaram que, ao serem notificados na semana passada, procuraram a Secretaria Estadual de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) - uma vez que foram beneficiados com apartamentos construídos pelo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) - e no órgão receberam a informação de que deveriam se retirar, mas isso aconteceria em 15 dias, tempo necessário para que procurassem outro ponto para comercializar seus produtos.

Desencontro
Na manhã de ontem, os comerciantes foram surpreendidas com a operação para a derrubada dos imóveis. A titular da Secid, Flávia Alexandrina Moreira, esteve no local e concordou que as constru­ções estavam em situação irregular. Contudo, a derrubada deveria ser realizada apenas nos próximos dias, quando fosse encontrado um novo local para os comerciantes venderem seus produtos. Na ocasião, a secretária discutiu com o promotor Cláudio Cabral Marques sobre a forma como estava sendo conduzida a operação.

“A comunidade recebeu a notificação na semana passada. As pessoas a levaram até mim e o meu entendimento com elas foi que isso [a desocupação] pudesse ser deixado para a próxima sema­na. O que foi combinado é que eles teriam mais uma semana para que procurassem alugueis comerciais. A intenção não é desrespeitar uma ação do Ministério Público”, disse a secretária. Contudo, o MP e a Blitz Urbana não ti­veram ciência desse acordo.

A comerciante Rosana Pinto Reis, de 46 anos, disse que foi pega de surpresa com a operação. “Foi garantido um prazo para que nós pudéssemos encontrar outro lo­cal. Agora, estamos em uma situa­ção crítica e com as mãos atadas, sem saber o que fazer”, disse.

SAIBA MAIS
As construções no local foram erguidas no momento em que estavam sendo construídos os apartamentos dos bairros Camboa e Fé em Deus que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Todas as pessoas que tinham pontos comerciais na região tinham moradia em um desses apartamentos.

[e-s001]Três momentos da derrubada

- Durante a derrubada dos casebres, os funcionários da Blitz Urbana trabalhavam sem qualquer tipo de equipamento de proteção individual (EPIs).

- Eles utilizavam marretas para a derrubada do telhado e das paredes dos casebres, mas não usavam capacetes para proteger as suas cabeças em caso de algum acidente.

- Caso parte do telhado caísse em cima de um dos operários, ele poderia ter um sério traumatismo craniano que o poderia deixar com sérias lesões.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.