Estiagem

Seca pode provocar calamidade pública em Montes Altos

Sem água, produtores rurais do município reclamam de prejuízos, as fazendas reduzem produção e animais sofrem com a pouca alimentação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53

Montes altos - Os produtores rurais enfrentam uma das piores estiagens dos últimos anos em Montes Altos, a 63km de Imperatriz. A estiagem pode colocar o município em situação de calamidade pública. Um dos maiores inimigos das florestas, as queimadas são um proble­ma cada vez mais desafiador na área da Amazônia Legal, no qual o município está inserido.

A proposta de calamidade pública é defendida pelo vereador Raimundo da Firmeza (DEM). Ele informou que sem chuva e com o registro de altas temperaturas o município está em estado precário. Os recursos hídricos estão secando, e os agricultores e criadores passam por dificuldades.

Segundo o parlamentar, o problema se arrasta desde a época da divisão territorial da reserva indígena da etnia Krikati, que concentra a maior área de riachos e córregos do município, ao contrário dos pequenos produtores rurais que foram remanejados para outras localidades que não dispõem de recursos naturais.

“Esses pequenos açudes estão quase todos secos devido ao intenso período de estiagem e outros estão em péssima qualidade para os animais”, relatou Raimundo da Firmeza, que clama por investimentos na perfuração de poços artesianos como alternativa para salvar os pequenos produtores rurais de Montes Altos.

Prejuízos
Raimundo da Firmeza, que também é produtor rural, detalha o drama dos agricultores que acumulam prejuízos na lavoura e na pecuária com a escassez de água e alimentos para os animais neste período de estiagem. Para ele, é necessária a ajuda dos governos estadual e municipal. “Os criadores não sabem mais a quem recorrer. A situação é de calamidade pública”, garante.

A falta de água compromete a qualidade da produção agrícola. O vereador cita como exemplo, a drástica redução na produção de leite em Montes Altos. Sem alimento, o rebanho fica fraco e não produz leite suficiente. “Temos animais morrendo, assim como fazendas que produziam bastante leite registram queda de 70%”, acrescentou Raimundo da Firmeza.

Quatro estados da Amazônia Legal lideram índices de focos de incêndio no Brasil em 2015, dentre eles, o Maranhão. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), seis dos nove estados da Amazônia apresentam um número de superior de focos de incêndio neste ano em comparação ao mesmo período em 2014. Não obstante, nove dos 10 municípios com mais focos de incêndio em 2015 são da Amazônia.

Curiosamente, o único fora da região é quem lidera o quesito: Corumbá, no Mato Grosso do Sul (883 focos). Logo depois aparecem São Félix do Xingu, do Pará (646), Mirador, no Maranhão (604), e Altamira, também do Pará (572). Sete dos nove líderes da Amazônia em focos de incêndio estão no Pará ou Maranhão.

Com a intensificação do fenômeno El Niño neste ano, as águas estão mais quentes na superfície do Pacífico, levando à supressão de chuvas no leste da Amazônia e ao aumento do risco de queimadas. Maranhão, Mato Grosso e Pará são os estados brasileiros com maior risco de queimadas neste ano. A previsão foi feita a partir de uma metodologia criada por cientistas da Nasa e da Universidade da Califórnia.

O aquecimento global é outro fator que contribui para o clima mais quente de 2015. À medida em que se queimam mais combustíveis fósseis e que mais dióxido de carbono é lançado na atmosfera, também é gerado mais calor na superfície da Terra. Isso também faz com que fenômenos como o El Niño fiquem ainda mais fortes e mais duradouros. l

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Fenômeno deve durar até 2016

O fenômeno climático reapareceu em março e deve durar até o segundo trimestre de 2016 e pode ser um dos mais intensos da história. Desde março a temperatura sobre a superfície das águas equatoriais do Pacífico aumenta, o que faz com que haja cerca de 95% de possibilidades de que o El Niño persista durante o inverno 2015-16 no hemisfério norte, antes de perder gradualmente sua intensidade até a primavera.

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