Pistorius

Pistorius cumpre primeiro dia de prisão domiciliar na mansão do tio

''Família está feliz com a volta de Oscar à casa'', diz porta-voz; atleta foi condenado a cinco anos de prisão pelo assassinato da namorada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54

Pretória - O campeão paralímpico Oscar Pistorius, que deixou a prisão de maneira antecipada nesta segunda-feira, passou o primeiro dia na casa do tio, onde cumprirá o restante da sentença em prisão domiciliar, um ano depois de ser condenado a cinco anos de prisão pelo assassinato da namorada.

"A família está feliz com a volta de Oscar à casa, mas insiste que ele siga cumprindo a pena", declarou ontem o porta-voz da família Pistorius, Anneliese Burgess, em frente à casa de Arnold Pistorius, tio do atleta, em Pretoria. "A pena de Oscar não foi reduzida. Ele simplesmente entrou na segunda fase da condenação", insistiu Anneliese Burgess.

As cortinas da casa de Arnold Pistorius, protegida por uma muro de tijolo de três metros de altura, estavam fechadas nesta terça. Dezenas de jornalistas acampavam diante da residência, protegidas por dois guardas.

A mansão de muros altos fica na região arborizada de Waterkloof e tem mais de uma dúzia de quartos, uma academia privada, piscina ao ar livre e jardins paisagísticos. "Esperávamos que fosse libertado hoje (terça-feira), mas fomos informados que os detalhes de sua libertação foram decididos pelo centro penitenciário", explicou Anneliese Burgess.

Apoio

Desde que matou a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, em 2013, o atleta sul-africano pôde contar com o apoio incondicional do tio, um empresário bem sucedido. Pistorius, que perdeu a mãe quando tinha apenas 15 anos, tem relacionamento complicado com o pai.

As condições para que fosse transferido ao regime de prisão domiciliar não foram divulgados, mas, segundo os serviços correcionais, Oscar Pistorius terá que seguir um tratamento psicoterapêutico e não poderá manusear armas.

O atleta saiu da prisão na segunda-feira à noite, um ano e dois dias depois de ser condenado a cinco anos de encarceração pelo homicídio culposo da namorada. A lei sul-africana permite que o réu seja colocado em prisão domiciliar após cumprir um sexto da sentença.

Durante todo o julgamento, que contou com ampla cobertura da mídia sul-africana, Oscar Pistorius, amputado de ambas as pernas, sempre afirmou acreditar ter matado a namorada por engano, ao achar que um ladrão teria invadido sua casa e se escondido no banheiro.

Saída discreta da prisão
Antes considerado um verdadeiro herói nacional na África do Sul, ao se tornar o primeiro atleta paralímpico a competir com atletas não deficientes nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, Oscar Pistorius deveria ter saído da prisão nesta terça-feira.

Para evitar um frenesi midiático, os responsáveis pela prisão Kgosi Mampuru II, em Pretoria, preferiram soltar o atleta 24 horas antes.

A família de Reeva Steenkamp afirmou que a liberação antecipada não mudava nada."Esta liberação, se tivesse acontecido no mês passado ou no próximo mês, não faz nenhuma diferença, já que isso não trará de volta sua filha", declarou à AFP a advogada da família Steenkamp, Tania Koen.

Apesar de Oscar Pistorius cumprir o restante da sentença inicial em prisão domiciliar, a justiça sul-africana segue julgando o caso em procedimento de apelação, a pedido do Ministério Público.

Pistorius não comparecerá mais perante a Corte Suprema de Apelação sul-africana, mas, caso for considerado culpado por assassinato nesta instância, como deseja a defensoria pública, o atleta poderá ter a sentença aumentada para 15 anos de prisão.

"Acredito que a audiência (marcada para 5 de novembro) não durará mais de dois dias e a sentença será anunciada em algumas semanas", explicou Kelly Phelps, professora de direito, interrogada pela AFP.

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