Confronto

Polícia garante reintegração de posse em loteamento

Terreno Nova Canaã estava invadido há cerca de um ano; moradores já fizeram protestos para permanecer no local

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h54

[e-s001]Famílias que haviam invadido o Loteamento Nova Canaã, chamado por elas de Vila Nestor II, foram retiradas na manhã de ontem do local em ação de reintegração de posse determinada pela Justiça. As pessoas haviam ocupado irregularmente o terreno há aproximadamente um ano, alegando não ter outro local para morar. Um gran­de contingente de policiais foi mobilizado para dar suporte à retirada. Os moradores tinham conhecimento de que ontem aconteceria essa ação.

Por diversas vezes, os moradores do local realizaram manifestações na capital maranhense, cobrando uma assistência do Go­verno do Estado para que lhes fossem concedidas moradias. O último ato público deles aconteceu na tarde de terça-feira, dia 13, na Avenida Beira-Mar, onde os diversos manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar (PM).

Apesar dos manifestos, eles não obtiveram um posicionamento favorável do Governo do Estado. Ontem, as famílias foram acordadas com o barulho dos tratores derrubando os casebres na operação de reintegração de posse determinada pela Justiça, que começou ainda na madrugada, por volta de 4h.

Atividade
Aproximadamente 300 policiais participaram da atividade, entre homens do 13º Batalhão de Polícia Militar (13º BPM), do Batalhão de Choque (BP Choque), da Companhia de Polícia Militar Rodoviária Independente (CPRV Ind), além de outras unidades.
Durante a atividade, o Corpo de Bombeiros deu suporte à operação, disponibilizando uma ambulância para fazer atendimentos no local e uma viatura Auto Bomba Tanque, de combate a incêndios.

Os policiais interditaram dois trechos da MA-204, impedindo o fluxo de veículos pela rodovia estadual, para dar suporte na atividade. Dentro do loteamento, em alguns momentos foram registrados tumultos, causados por moradores insatisfeitos com a presença da Polícia Militar na área e a destruição dos casebres. Pessoas foram detidas, mas liberadas logo em seguida, para evitar maiores tumultos.

[e-s001]Insatisfação
Os moradores acompanharam atônitos a destruição dos casebres pelos tratores. Enquanto a máqui­na passava por cima do material, algumas pessoas choravam. Outras chegaram a desmaiar. Muitas gritavam, não concordando com a ação que estava sendo realizada.
Algumas pessoas conseguiram veículos para transportar seus pertences. Mas a grande maioria teve de tirar seus pertences dos casebres às pressas e colocá-las no meio do terreno, enquanto o trator passava por cima da moradia erguida no local.

Muitos daqueles que estavam na área disseram viver de aluguel em bairros da região metropolitana e alegaram que, como não tinham mais condições financeiras de arcar com os custos, decidiram invadir a área, na esperança de permanecer na região.

A diarista Vanderleia Alves da Silva contou que morava de aluguel na Vila São José, com o companheiro e seis filhos, mas decidiu ir para o local da invasão, pois não tinha mais condições de ficar no lugar onde estava. “Eu era diarista, mas fiquei desempregada e, sem condições de pagar o aluguel, decidi vir. Aqui ninguém tem outro lugar para ir e, se não for aqui, para onde vamos?”, questionou.

A autônoma Francidalva Santana Araújo estava no local há três meses e também alegou não ter para onde ir. “Minhas coisas estão todas na rua e não tenho onde mo­rar agora. Até fui chamada de marginal pelos policiais, que deveriam era prender bandidos e não fazer isso com a gente”, disse.

Outras pessoas que estavam no terreno vieram do interior do estado. Foi o caso da autônoma Pau­la Silva, do município de São Mateus. “Vim do interior e estou aqui há seis meses. Agora, não tenho para onde ir”, disse.

Os policiais permaneceram no local durante todo o dia para apoiar o cumprimento do mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça. Os moradores que estavam ocupando a região disseram que voltariam a erguer as casas no local.

MANIFESTAÇÕES
No total, foram realizadas cinco manifestações na Avenida Beira-Mar pelos moradores que ocuparam o Loteamento Nova Canaã.Em algumas delas, houve confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar, o que deixou o trânsito complicado na região central da cidade.

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